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quarta-feira, 19 de setembro de 2018

Luzia, Maxakalisaurus, a múmia de Sha-Amun-in-su. O que se perdeu nas chamas do Museu Nacional do Rio

"As operações ainda não estão terminadas, mas a direção do museu acredita que 90% dos cerca de 20 milhões de peças estejam destruídos.

As nossas exposições estão fechadas em virtude do incêndio que destruiu grande parte das nossas coleções.” Apenas com uma frase, o Museu Nacional do Rio de Janeiro anuncia aquilo que parece óbvio, após o incêndio que destruiu o edifício do Palácio de São Cristóvão, que em tempos foi casa da família real portuguesa. Está dividido entre as áreas de arqueologia, paleontologia, antropologia, invertebrados e ainda emlaboratórios e salas de aula.

Oficialmente, ainda não se sabe ao certo o que sobreviveu ao incêndio. Ainda estão a decorrer os trabalhos de recuperação. “O meu calculo é que apenas 10% do acervo do museu resistiu, sobre a Luzia [o fóssil de hominideo mais antigo encontrado na América Latina] é impossível dizer se sobreviveu”, disse Cristina Serejo, vice-diretora do museu, citada pela imprensa brasileira. São mais de 20 milhões de peças – só cerca de três mil expostas, as restantes guardadas. Fazendo as contas, apenas dois milhões de peças devem ter sobrevivido, uma delas foi o meteoro Bendegó (o maior alguma vez encontrado no Brasil de com mais de cinco toneladas).

LUZIA: O FÓSSIL MAIS ANTIGO

Tem 12 mil anos e é fóssil de hominideo mais antigo da América Latina. Luzia, assim batizada em homenagem a Lucy (o mais antigo do mundo, com 3,2 milhões de anos ), está desaparecida. No momento do incêndio não se encontrava em exposição, estava guardada dentro de uma caixa num armário. Tal como o fóssil, também a reconstituição do crânio que o costuma acompanhar ainda não foi encontrada. Luzia destaca-se pelas suas feições, que faziam lembrar os atuais aborígenes australianos. Esta tem sido das peças com maior destaque nos meios de comunicação social
Segundo a Associated Press, o fóssil foi descoberto numas escavações em Belo Horizonte, em 1975. Esteve guardado por cerca de 20 anos e só em meados dos anos 90 do século passado os cientistas determinaram que se tratava do mais antigo fóssil alguma vez descoberto em território americano. Embora não tão antigos como a Luzia, existem crânios parecidos na Universidade de São Paulo e na Dinamarca, refere “A Folha de São Paulo”.

PEÇA DA COROAÇÃO”: A LIGAÇÃO A PORTUGAL

Cunhada em 1822 pelo rei português e imperador brasileiro D. Pedro I, a “Peça da Coroação” é considerada uma das maiores raridades que se encontravam no Museu Nacional do Rio de Janeiro. É a primeira moeda do Brasil independente. Na época foram emitidos 64 exemplares em ouro de 22 quilates, hoje são conhecidos apenas 16 - um deles está no Museu Numismático Português, em Lisboa.

MAXAKALISAURUS TAPAI, O DINOSSAURO

A sua reconstrução demorou dez anos e era uma das mais populares atrações do museu. O esqueleto de 13 metros do Maxakalisaurus tapai, um dinossauro herbívoro que viveu há cerca de 80 milhões de anos na América do Sul, foi encontrado em 1998 numa escavação perto de Minas Gerais. Segundo o jornal brasileiro “Estadão”, o museu tinha acabado de realizar uma petição para renovar a área em que o fóssil estava em exposição. Entre a coleção de fósseis de dinossauros há ainda pterossauros, répteis voadores.

ANTIGO EGITO

Foi durante a liderança de D. Pedro I que as 700 peças referentes ao antigo Egito começaram a chegar ao museu. Nos dias de hoje, era a maior coleção de antiguidades egípcias na América do Sul. Grande parte, refere o “Estadão”, eram oriundas das cidades de Trebas e Abidos: estelas, estátuas, caixões e múmias, entre outras raridades.

MÚMIA: O PRESENTE PARA O REI

O sarcófago Sha- Amun-en-su foi um presente dado a D. Pedro II pelo vice-rei do Egito, o Quediva Ismail, em 1876, durante uma visita ao Médio Oriente. O caixão pintado da “Cantora de Amon” esteve no gabinete de D. Pedro II até à à proclamação da República Brasileira e só depois foi levado para completar a coleção. “O exame tomográfico realizado na múmia de Sha-Amun-in-su revelou a presença de amuletos no interior do caixão, entre eles um escaravelho-coração”, descreve o museu na sua página. É datado de 750 a.C.

POVO INDÍGENA

Outra das exposições do museu é dedicada à cultura indígena, sendo uma das peças mais importantes os corpos mumificados de um adulto e de duas crianças, refere a Associeted Press. Além disso, a coleção incluiu ainda muitos outros objetos como arcos e flechas de diferentes indígenas." (Fonte: Expresso)


Fotos: Mauro Pimentel / GETTUY IMAGES

quinta-feira, 6 de setembro de 2018

Arqueólogos encontram 'oficina' que embalsamava múmias no Antigo Egito

"Local com idade superior a 2,5 mil anos estava soterrado a quase 30 metros de profundidade: pesquisadores esperam encontrar os óleos utilizados no processo de mumificação.

Uma descoberta única que pode ajudar a compreender um dos rituais mais fascinantes do Egito Antigo: arqueólogos localizaram uma espécie de oficina de mumificação onde os corpos eram embalsamados de acordo com a tradição religiosa. Soterrado a quase 30 metros de profundidade na necrópole de Saccara, sítio arqueológico localizado a 30 quilômetros da cidade de Cairo, o local contém sarcófagos adornados com pedras preciosas, máscaras mortuárias, tecidos e cinco múmias parcialmente preservadas.

Considerada uma "mina de ouro" de informações sobre o período, a oficina de mumificação também contém jarros que armazenariam os óleos e substâncias utilizadas para embalsamar os mortos. De acordo com Ramadan Badry Hussein, diretor de excavações da necrópole de Saccara, será possível analisar a composição química dos registros para encontrar as fórmulas utilizadas pelos sacerdotes do Egito Antigo.

Outra descoberta classificada como extremamente relevante foi uma máscara de prata que contém elementos de ouro. Apenas um adorno desse tipo havia sido encontrado por pesquisadores egípcios no período recente: agora, eles investigarão as informações para descobrir se o item seria destinado a algum nobre que viveu no período.

Com idade estimada em mais de 2,5 mil anos, o local continuará a ser cuidadosamente explorado pelos arqueológos. Na semana passada, o Ministério das Antiguidades do Egito revelou outra importante descoberta: uma escavação no distrito de Sidi Gaber encontrou o maior sarcófago já registrado na cidade de Alexandria. Ele tem 2,65 metros de comprimento, 1,85 metros de altura e 1,65 metros de largura, todo construído em granito negro. Foi encontrado enterrado a cinco metros de profundidade." (Fonte: Galileu)

Fotos: Wikimedia Commons)

terça-feira, 10 de abril de 2018

FBI resolve mistério de múmia egípcia com mais de quatro mil anos

«A cabeça de uma múmia egípcia, com mais de quatro mil anos, encontrada em Deir el-Bersha, no Egito, em 1915, foi um mistério para os arqueólogos durante mais de um século. A identidade do cadáver permanecia desconhecida até os cientistas forenses do FBI intervirem no caso.

A cabeça da múmia foi encontrada mutilada numa necrópole de Deir el-Bersha, durante escavações realizadas em 1915, no túmulo pertencente ao governador egípcio Djehutynakht e à mulher. O casal terá vivido por volta do ano 2000 A.C., durante o meio império, e foram os responsáveis políticos pela província do Alto do Egito.

O facto de a cabeça ter sofrido alterações profundas durante o processo de mumificação, com a remoção de vários ossos da mandíbula e da cara, nunca permitiu, no entanto, identificar se a múmia correspondia a um homem ou uma mulher.

A equipa do Museu de Belas Artes de Boston, onde a cabeça está exibida desde 2009, já que o corpo se mantém no Egito, sabia que apenas um teste de ADN poderia determinar a identidade. "Nãos sabíamos se era a cabeça de Djehutynakht ou da mulher", disse Rita Freed, curadora do museu, citada pela CNN.

Só agora, quando passaram quase cem anos desde a sua descoberta, e graças à ajuda do FBI, é que se soube a identidade da vítima. Num estudo publicado na revista científica "Genes", encabeçado por Odile Loreille, ficou provado que a múmia é de uma pessoa do sexo masculino e que é, por isso, muito provável que pertença ao governador Djehutynakht.

Para Freed, esta descoberta não significa apenas o culminar da descoberta de um enigma arqueológico com mais de cem anos. É também a prova dos avanços registados ao nível dos testes de ADN. "Sabemos que o FBI desenvolveu uma técnica para reconstruir até os exemplares mais degradados de ADN. Se conseguem reconstruir ADN de um dente de quatro mil anos, podem reconstruir de quase tudo", disse.

Condições difíceis adensam mistério

A elevada idade da múmia, assim como as difíceis condições onde foi encontrada, dificultaram e muito a extração de ADN. A juntar a estes elementos está o calor do deserto que contribui para a degradação do ADN. Esta combinação de fatores levou a que muitos cientistas acreditassem que nunca seria possível extrair o ADN das múmias do antigo Egito.

Tudo mudou em 2017, quando um grupo de cientistas alemães decifrou pela primeira vez o genoma de pessoas do antigo Egito. Os danos verificados na cabeça mumificada dificultaram a sua análise.

Além disso, a múmia foi encontrada num túmulo que tinha sido saqueado. A cabeça, que estava no topo do sarcófago, foi ainda mais danificada pelos arqueólogos que ao longo dos anos estudaram o caso.

Desde 2005, especialistas do Hospital geral de Boston tentaram identificar a identidade da múmia mas nunca o conseguiram fazer.

Investigação policial para ajudar cientistas

Foi então que o FBI entrou em ação. Os agentes encararam a situação como uma oportunidade para testar a análise de ADN de elementos contaminados. Começaram por perfurar o dente para remover algumas partículas que foram posteriormente dissolvidas numa solução química.

Depois de obterem os dados da análise da solução, os investigadores identificaram as proporções de cromossomas sexuais e chegaram à conclusão de que se tratava de um exemplar masculino.

"Foi uma grande alegria e surpresa", disse Odile Loreille. "É um exemplo maravilhoso do que se consegue atingir quando a ciência e os museus trabalham em conjunto", explicou Freed.» (Fonte: JN)

Fotos: Museu de Belas Artes Boston

quinta-feira, 29 de março de 2018

Caixão de 2.500 anos pode dar pistas sobre Antigo Egito

«Académicos retiraram a tampa do caixão e encontraram restos de uma múmia.

Sydney – Académicos australianos podem ajudar a desvendar mistérios a respeito do Antigo Egito depois de descobrirem que um caixão de 2.500 anos antes considerado vazio pode conter os restos de uma múmia.

A Universidade de Sydney adquiriu o caixão 150 anos atrás, e uma série de académicos o classificou incorretamente como vazio.

O erro só foi descoberto por acaso no final do ano passado, quando académicos mais jovens retiraram a tampa do caixão e encontraram os restos esfarrapados de uma múmia.

A descoberta oferece aos cientistas uma oportunidade quase única de testar o cadáver.

“Podemos começar a fazer algumas perguntas íntimas que estes ossos despertarão sobre patologia, dieta, doenças, sobre o estilo de vida desta pessoa – como viveu e morreu”, disse Jamie Fraser, curador sénior do Museu Nicholson da Universidade de Sydney.

Múmias inteiras geralmente são mantidas intactas, o que limita seus benefícios científicos. Uma recompensa adicional é a possibilidade de os restos serem de uma mulher distinta de uma época pouco conhecida, afirmou Fraser.

Hieróglifos mostram que a ocupante original do caixão era uma mulher chamada Mer-Neith-it-es, que acadêmicos acreditam ter sido uma alta sacerdotisa no ano 600 a.C., a última época em que o Egito foi governado por egípcios nativos.

“Sabemos pelos hieróglifos que Mer-Neith-it-es trabalhou no templo de Sekhmet, a deusa com cabeça de leoa”, contou Fraser.

“Existem algumas pistas em hieróglifos, na maneira como a mumificação foi feita e no estilo do caixão que nos dizem como este templo de Sekhmet pode ter funcionado”.» (Fonte: Exame)

Fotos: Colin Packham/Reuters

quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

A técnica de varredura revela escrita secreta em casos de múmia

"Luz de diferentes frequências pode trazer a escrita que é obscurecida pela pasta e gesso que mantém os casos de múmia juntos.

Pesquisadores em Londres desenvolveram técnicas de varredura que mostram o que está escrito no papiro de que os casos de múmia são feitos. Estas são as caixas decoradas em que o corpo envolto do falecido foi colocado antes de ser colocado em um túmulo. Eles são feitos de pedaços de papiro que foram usados ​​por antigos egípcios para listas de compras ou declarações fiscais. A tecnologia está dando aos historiadores uma nova visão da vida cotidiana no antigo Egito. Os hieróglifos encontrados nas paredes dos túmulos dos faraós mostram como os ricos e poderosos queriam ser retratados. Era a propaganda de seu tempo. A nova técnica dá aos egiptólogos acesso à verdadeira história do antigo Egito, de acordo com o Prof. Adam Gibson, do University College de Londres, que liderou o projeto. “Porque o papeliro de resíduos foi usado para fazer objetos de prestígio, eles foram preservados por 2.000 anos”, disse ele. “E, portanto, essas máscaras constituem uma das melhores bibliotecas que temos de resíduos de papiro que, de outra forma, teriam sido descartados, de modo que inclua informações sobre essas pessoas sobre suas vidas cotidianas” Os restos de papiro têm mais de 2.000 anos. A escrita sobre eles é muitas vezes obscurecida pela pasta e gesso que mantém os casos de múmia juntos. Mas os pesquisadores podem ver o que está embaixo, digitalizando-os com diferentes tipos de luz, o que torna as tintas brilhantes. Um dos primeiros sucessos da nova técnica foi em um caso de múmia mantido em um museu no castelo de Chiddingstone, em Kent. Os pesquisadores descobriram escrever na placa que não era visível a olho nu. A varredura revelou um nome – “Irethorru” – um nome comum no Egito, o David ou Stephen de seu tempo, o que significava: “o olho de Horus é contra meus inimigos”

Até agora, a única maneira de ver o que estava escrito sobre eles era destruir esses objetos preciosos – deixando os egiptólogos com um dilema. Eles os destruem? Ou eles os deixam intactos, deixando as histórias dentro deles incontáveis? Agora, os pesquisadores desenvolveram uma técnica de varredura que deixa os casos intactos, mas permite aos historiadores ler o que está no papiro. De acordo com o Dr. Kathryn Piquette, do University College de Londres, os egiptólogos, como ela, agora têm o melhor dos dois mundos. “Estou realmente horrorizado quando vemos esses objetos preciosos serem destruídos para chegar ao texto. É um crime. Eles são recursos finitos e agora temos uma tecnologia para preservar esses objetos bonitos e também procurar dentro deles para entender a maneira como os egípcios viveram suas provas documentais – e as coisas que escreveram e as coisas que eram importantes para elas “. (Fonte: Jornal de Goiás)

quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

Raio-X de última geração revela segredos de múmia egípcia intocada

«Cientistas de um laboratório nos Estados Unidos estão usando um aparelho de raio-X com tecnologia de ponta para pesquisar dentro de uma múmia egípcia que não havia sido "desvendada" desde a sua escavação, ocorrida um século atrás.

É a primeira vez que um raio-X de sincrotron (acelerador de partículas) de alta intensidade é usado em uma múmia, com o objetivo de produzir uma análise tridimensional extremamente detalhada do corpo e de quaisquer outros objetos escondidos sob as faixas de linho que o envolvem.

Trata-se de uma múmia incomum, já que não apenas o corpo foi preservado, mas também um retrato do rosto.

Pesquisadores acreditam tratar-se dos restos mortais de uma menina de 5 anos de idade, que morreu cerca de 1,9 mil anos atrás.

A múmia é parte de uma coleção que fica no campus da Universidade Northwestern em Chicago.

Esse é um dos cerca de cem "retratos de múmias" intactos de que se tem notícia. Nesses casos, o processo egípcio de mumificação foi acompanhado pelo estilo romano de retratar os mortos.

A pintura fornece uma imagem singularmente próxima à de como a menina parecia, e o programa de digitalização está tentando revelar mais sobre sua vida e morte sem ter de mexer nas camadas de tecido que cobrem o seu corpo.

Marc Walton, professor e pesquisador de ciência dos materiais na Escola McCormick de Engenharia, da Universidade Northwestern, disse à BBC que "é comovente perceber o quão jovem era essa criança quando morreu".

Segundo ele, a investigação feita até agora indica que ela foi relativamente saudável e não sofreu qualquer trauma significativo que pudesse explicar sua morte - a causa mais provável teria sido uma doença como malária ou sarampo.

Luz intensa

A múmia foi escavada em 1911 pelo arqueólogo inglês William Flinders Petrie, em Hawara, no Egito, e levada no ano seguinte para uma universidade em Chicago.

Desde então, tem sido exposta, mas permaneceu intocada, ao contrário de outras múmias. Apenas neste ano os pesquisadores começaram a investigar seu interior, mas sem usando essas técnicas avançadas.

No meio do ano, a múmia foi levada de seu espaço atual - o Garrett-Evangelical Theological Seminary, no campus da Northwestern University - até um hospital em Chicago para uma tomografia computadorizada preliminar.

Na semana passada, foi removida para o Argonne National Laboratory, um centro de pesquisa de ponta operado pela Universidade de Chicago para o Departamento de Energia dos EUA.

A múmia se tornou a primeira a ser examinada usando raio-X de sincrotron. Esse processo envia feixes luminosos de luz intensa para mapear qualquer estrutura abaixo da superfície.

Agora, pesquisadores da área de medicina querem investigar o tecido ósseo e os dentes. A pesquisa está em estágio inicial, mas já há perguntas sobre o que parece ser um objeto deixado dentro do crânio provavelmente após o cérebro ter sido removido como parte da mumificação.

Para Walton, o objeto parece ter sido formado por resina acumulada, que se instalou na parte de trás do crânio durante o processo de embalsamento.

Os pesquisadores esperam que isso ajude a desvendar o posicionamento do corpo e o processo de mumificação utilizado.

Também há sinais da presença de algum tipo de fio metálico ao redor da cabeça e dos pés.

Mas na avaliação do professor, esse material pode não se tratar de algum artefato antigo, mas de pinos inseridos durante ou após a escavação de 1911.

O raio-X de sincrotron vai permitir investigar o interior da múmia de forma muito mais detalhada do que outros métodos.

Segundo o Departamento de Energia dos EUA, os feixes de raio-X "ultrabrilhantes e de alta energia" produzidos no laboratório podem examinar estruturas e materiais em um nível de nanotecnologia "em que a escala é medida em bilionésimo do metro".

'Pinte os olhos mais suaves'

"O que me interessa mais é o osso que existe ali", disse o professor Stuart Stock, da Escola Feinberg de Medicina, da Universidade Northwestern.

"Essa é a múmia de uma criança de 5 anos. Estamos interessados, a partir de uma perspectiva médica, na qualidade dos ossos. Esse osso mudou com o tempo? Podemos começar a construir uma banco de dados sobre como o osso antigo se compara ao moderno."

Ele espera encontrar muito mais do que seria possível com uma tomografia computadorizada convencional.

"Nós queremos saber que materiais estão presentes. Isso nos dará pistas sobre o processo usado para preparar a múmia, e as medidas feitas mais tarde para estabilizá-la."

Os pesquisadores também querem saber mais sobre a menina que está em baixo de todas essas camadas de tecido.

Taco Terpstra, professor de História da universidade, diz que cerca de metade das crianças daquela época não chegava a completar dez anos de idade.

Walton afirmou que o retrato e o "sepultamento relativamente luxuoso" indicam que a menina devia fazer parte da elite de sua aldeia.

Ele é curador de uma exposição no Block Museum, na Universidade Northwestern, dedicada a esses retratos de múmias.

A mostra se chama Paint the Eyes Softer: Mummy Portraits from Roman Egypt("Pinte os olhos mais suaves - Retratos de múmias do Egito romano", em tradução livre.

A frase foi extraída de uma instrução escrita em grego no verso de uma dessas imagens, pedindo ao artista que não carregasse nas tintas ao reproduzir essa parte do rosto do morto retratado.» (Fonte: BBC)

quinta-feira, 16 de novembro de 2017

Arqueólogos russos encontraram nova múmia e sarcófago no Egito

"Os arqueólogos russos do Instituto de Estudos Orientais da Academia de Ciências da Rússia e seus homólogos egípcios, encontraram no mosteiro de Deir el-Banat, no oásis de Fayoum, uma múmia e sarcófago do Antigo Egito, sepultados durante a era greco-romana, informou o Ministério de Antiguidades do Egito.

«A múmia está bem conservada e sua mortalha de linho não foi danificada. Seu rosto foi coberto com uma máscara de papiros, coberta com tinta dourada e azul que retrata o deus do céu, Khepri, e o peito decorado com a imagem da deusa Ísis», afirmou Mustafa Maseri, chefe do Ministério de Antiguidades.

A missão arqueológica russa realiza escavações em várias regiões do Egito: na antiga capital Mênfis, em Alexandria e no sul do país, perto da cidade de Luxor. Entretanto, as escavações na região pouco explorada ao sul de Cairo, Fayoum, foram as mais bem-sucedidas.

Desde a antiguidade, essa região foi considerada um celeiro não apenas para o Antigo Egito, mas também para Roma e Grécia Antiga, porque permitia colher duas safras por ano. Os faraós da XII dinastia egípcia até mesmo transferiram a capital perto desse oásis, quando o resto do território do Egito sofria de seca. O lago de água potável Karun, localizado no oásis, permitiu criar o sistema de irrigação.

Há sete anos, os arqueólogos russos fazem escavações na necrópole antiga, onde foi construído o mosteiro de Deir el-Banat.

A nova descoberta dos arqueólogos russos e egípcios foi de uma múmia bem preservada, encontrada dentro de um sarcófago muito danificado. Segundo os cientistas, eles fizeram uma restauração inicial da múmia para não danificá-la durante seu transporte ao Fayoum, onde será estudada cuidadosamente.

O estudo mais aprofundado da múmia ajudará os cientistas a estabelecer quando ela foi sepultada e revelar outros mistérios da vida e sepultamento do Antigo Egito." (Fonte: Sputnik Brasil)

Fotos: CC BY 2.0/ Paul Hudson/Mummy e MINISTRY OF ANTIQUITIES OF EGYPT.


... mais informações aqui.

terça-feira, 6 de junho de 2017

Múmias do Egito tinham parentesco com europeus, revela estudo

“ROMA, 5 JUN (ANSA) – O primeiro teste de DNA feito em múmias do Antigo Egito revelou que elas têm parentesco com população da Europa e da Anatólia, parte asiática da Turquia.

A pesquisa, realizada com material genético de múmias entre 1400 a.C e 400 d.C, foi publicada na revista “Nature Communications”, e coordenada pelos especialistas Johannes Krause e Wolfgang Haak, do Insitituto Max Planck, e pela pesquisadora Verenna Schuenemann, da universidade alemã de Tubinga.

Com a pesquisa, os estudiosos buscavam em entender se fatores como a dominação, além da ligação dos egípcios com os outros povos, tinham provocado algum tipo de impacto genético. “Queríamos saber se a conquista de Alexandre, o Grande, e de outros reis deixaram marcas no DNA antiga população egípcia”, afirmou Schuenemann.

Para confirmarem a teoria, os pesquisadores analisaram o DNA extraído de 93 múmias provenientes de Abusir el-Melek, no sul do Cairo. O resultado do estudo também revelou que o DNA da comunidade analisada, em um período de 1300 anos, não sofreu grandes alterações.

Por outro lado, a comparação dos dados obtidos com o mapa do DNA dos egípcios modernos mostrou que, atualmente, essa população possui aproximação genética com a da África Subsaariana. O fato pode ser atribuído às melhorias da navegação no Rio Nilo e ao crescimento do comércio de longa distância, o que favoreceu o contato entre esses dois povos.”

... fonte www.udjat.pt

quarta-feira, 31 de maio de 2017

Analisado pela primeira vez ADN de antigas múmias egípcias, notícia DN

"Os estudos genéticos de múmias do Antigo Egito são raros porque os métodos de preservação das múmias contaminam e, por vezes, degradam o ADN.

Os investigadores estudaram ao todo 90 múmias de pessoas que viveram entre 1400 A.C. e o ano 400, usando-as como fontes de material genético, apesar das dúvidas iniciais sobre se seriam utilizáveis.

Para a recolha, começaram com 151 indivíduos mumificados de Abusir el-Meleq, ao longo do Nilo, de duas coleções antropológicas preservadas na Alemanha.

Os estudos genéticos de múmias do Antigo Egito são raros porque os métodos de preservação das múmias contaminam e, por vezes, degradam o ADN.

Nesta investigação, extraiu-se ADN nuclear e provou-se que pode ser analisado, um progresso revolucionário que abre a possibilidade de se estudarem restos mumificados.

Descobriu-se que os antigos egípcios eram mais parecidos geneticamente com as populações do Levante, no Mediterrâneo oriental e com os neolíticos da Península da Anatólia, na Turquia e da Europa.

Em comparação com a composição genética dos egípcios modernos, descobriu-se que nos últimos 1.500 anos aumentou a concentração de genes das populações da África subsaariana, o que poderá explicar-se pelo aumento de mobilidade ao longo do Nilo, seja pelas trocas comerciais, seja pelo trânsito de escravos". (Noticia DN)

Fonte: www.udjat.pt

Foto: ARQUIVO REUTERS/RAFAEL MARCHANTE