terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

O livro do aprendiz, de Oswald Wirth

A Franco-Maçonaria Tornada Inteligível aos seus Adeptos
Sua Filosofia, seu Objetivo, seus Métodos, seus Meios
 “...A Franco-Maçonaria é chamada a refazer o mundo. A tarefa não está acima de suas forças, desde que ela se torne aquilo que deve ser.”
“... A Franco-Maçonaria visa a formar Iniciados, ou seja, homens na mais alta concepção da palavra. O Maçom deve, pois, operar sobre si mesmo uma transmutação semelhante àquela dos alquimistas...” O.W.

Imhotep

"Imhotep foi um polímata egípcio, que serviu a Djoser, rei da Terceira Dinastia, na função de vizir ou chanceler do faraó e sumo-sacerdote do deus-sol Rá, em Heliópolis. É considerado o primeiro arquiteto, engenheiro e médico da história antiga, embora dois outros médicos, Hesy-Ra e Merit-Ptah, tenham sido contemporâneos seus.
A lista completa dos seus títulos é:
Chanceler do Rei do Egito, Doutor, Primeiro na linhagem do Rei do Alto Egito, Administrador do Grande Palácio, Nobre hereditário, Sumo Sacerdote de Heliópolis, Construtor, Carpinteiro-Chefe, Escultor-Chefe, e Feitor-Chefe de Vasos.
Imhotep foi um dos poucos mortais a serem ilustrados como parte de uma estátua de um faraó. Foi um de um grupo muitíssimo restrito de plebeus a quem foi concedido o status divino após a morte; o centro de seu culto era Mênfis. A partir do Primeiro Período Intermediário Imhotep também passou a ser reverenciado como poeta e filósofo. Suas palavras eram mencionadas em poemas: "Eu ouvi as palavras de Imhotep e Hordedef, de cujos discursos os homens tanto falam."
A localização da sepultura de Imhotep, construída por ele próprio, foi escondida com absoluta cautela, e permanece desconhecida até os dias de hoje, apesar dos esforços para encontrá-la. O consenso acadêmico é de que ele estaria escondido em algum lugar de Sacara. A existência histórica de Imhotep é confirmada através de duas inscrições contemporâneas feitas na base, ou pedestal, de uma das estátuas de Djoser (Cairo JE 49889), bem como um grafito na muralha que circunda a pirâmide interminada de Sekhemkhet. A segunda inscrição sugere que Imhotep teria vivido por alguns anos depois da morte de Djoser, e ajudou na construção da pirâmide do rei Sekhemkhet, abandonada devido ao breve reinado deste soberano." (in Wikipédia)

Jorge Adoum, a sua obra

Jorge Enrique Adoum (Ambato, 29 de junho de 1926 - Quito, 3 de julho de 2009) foi um escritor, político, ensaísta e diplomata equatoriano. Filho do também escritor de temas ocultistas e esotéricos Jorge Adoum (Mago Jefa), nascido no Líbano e emigrado a América Latina. Entre suas obras mais reconhecidas está a novela ''Entre Marx y una mujer desnuda'', publicada em 1976. Essa novela foi adaptada ao cinema em 1996 pelo diretor equatoriano Camilo Luzuriaga. A sua obra sempre tratou de temas sociais e por ela foi nomeado ao Prémio Cervantes.

domingo, 26 de fevereiro de 2017

A crise do mundo moderno, livro de René Guénon

Raras vezes uma obra publicada originalmente em 1927 terá tido uma tão profunda actualidade. "A Crise do Mundo Moderno" é a denúncia de uma sociedade e de uma cultura completamente rendidas ao lucro, à quantidade, à obsessão do crescimento económico, à ilusão do «progresso», ao desprezo por tudo o que seja sobrenatural ou espiritual. «Irá o Mundo Moderno até ao fundo desse declive fatal ou, como aconteceu na decadência do mundo greco-romano, uma nova recuperação ir-se-á produzir, ainda desta vez, antes que atinja o fundo do abismo para onde foi arras-tado?» O leitor de hoje só pode repetir, com maior angústia ainda, esta interrogação que Guénon lançava ao destino na longínqua primeira metade do século XX.

O Rei do Mundo, livro de René Guénon

René Guenon, escreveu este pequeno livro num esforço de síntese dificilmente ultrapassável cuja temática não interessa apenas aos estudiosos do esoterismo pois apresenta um vasto quadro de referências no campo da antropologia cultural e da história.

António Ventura. "Foram maçons a sugerir a Spínola o nome de Palma Carlos para primeiro-ministro"

"António Ventura é professor de História na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Esta semana lançou um novo livro com o título “Chefes de Governo Maçons - Portugal (1835-2016)”. Depois do 25 de Abril, só há registos para o primeiro chefe de governo a seguir à revolução dos cravos, Adelino da Palma Carlos, e para Mário Soares, iniciado em França antes do fim da ditadura. No entanto, António Ventura recorda como, em visita ao Grande Oriente Lusitano, Mário Soares foi tratado como “poderoso irmão”. O historiador também é maçon. Hesitou um bocadinho antes de responder.
Assume que o primeiro primeiro-ministro a seguir ao 25 de Abril, Adelino da Palma Carlos, foi sugerido pela maçonaria. Acontece que a primeira escolha de Spínola para primeiro-ministro foi Raul Rego, também ele maçon destacado… porque se opõe à teoria de que a maçonaria pressionou o general Spínola para escolher como chefe de governo um dos seus?
Por uma razão muito simples: só pressiona quem tem poder, quem tem força para pressionar. E a maçonaria, na altura, não tinha força. Ainda por cima, pressionar o general Spínola! O general Spínola nada tinha a ver com a maçonaria. Sabe-se que o nome de Adelino da Palma Carlos foi sugerido por maçons, mas nunca imposto. A maçonaria, na altura, estava reduzida a uma expressão quase insignificante, quatro ou cinco lojas em funcionamento e só duas em funcionamento regular, algumas dezenas de membros… Como poderia a maçonaria pressionar o que quer que fosse? O grande problema, muitas vezes, é o “diz-se que alguém disse que alguém disse”, e depois aparece essa ideia de que a maçonaria pressionou a nomeação de Adelino da Palma Carlos. O sugerir é uma coisa, pressionar é outra completamente diferente. E só pressiona quem tem poder, o que não era o caso.
Mas foi o próprio Raul Rego a assumir que a maçonaria pressionou…
Diz-se que ele terá dito. Ele não esteve envolvido nessas conversações iniciais. Os contactos iniciais com o general Spínola foram feitos pelo comandante Simões Coimbra, que era oficial da Marinha, tinha contactos, e teve um papel fundamental na altura para fazer a ponte com os militares que tomaram o poder. Houve contactos, conversas, e foi isso que fez com que o palácio [do Grande Oriente Lusitano] fosse devolvido pela Junta de Salvação Nacional, depois de ter sido cedido ao PPD [hoje PPD/PSD] inicialmente.
Ai foi cedido primeiro ao PPD?
Inicialmente foi cedido ao PPD. Na altura, todas as forças políticas, sindicais, pediram instalações. E o Palácio Maçónico, onde estava instalada a Legião Portuguesa, foi cedido pela Junta de Salvação Nacional ao PPD.
Essa história não é muito conhecida...
Na minha “História da Maçonaria” publico o documento original assinado pelo comandante Simões Coimbra, pelo prof. Dias Amado, pelo dr. Adão e Silva em que eles dizem “Atenção, o palácio é propriedade do Grande Oriente Lusitano e nós temos as escrituras, etc., etc., e foi confiscado ilegalmente em 1935”.
O PPD chega a instalar-se no Palácio Maçónico?
Não, porque a Junta de Salvação Nacional faz outro documento devolvendo o Palácio Maçónico ao Grémio Lusitano. É um episódio curioso.
Agora, Raul Rego foi convidado para ser primeiro-ministro do i Governo Provisório antes de Palma Carlos...
Raul Rego era um maçon ativo, pertencia à loja Liberdade. Participava em trabalhos maçónicos regulares, estava em atividade. Havia muitos maçons que não estavam. Isto é, depois da proibição, em 1935, muitas lojas desapareceram. E desaparecendo as lojas, os maçons deixaram de ter atividade maçónica. Muitos deles voltaram à atividade depois de 1974. No caso de Raul Rego, não. Ele foi iniciado na clandestinidade, na loja Liberdade, e continuou em atividade depois disso.
Com os casos de Raul Rego e Palma Carlos podemos dizer que a maçonaria teve influência na escolha do primeiro governo pós-revolução. 
Mas porque é que eles foram convidados para primeiros-ministros do i Governo Provisório? Eram personalidades que tinham um perfil adequado ao cargo. O facto de serem maçons era acessório, em meu entendimento. Raul Rego era diretor do “República”, uma personalidade eminente da oposição, republicano e socialista... Portanto, tinha todo o sentido. Era maçon também. Adelino da Palma Carlos, justamente pelo perfil de democrata, independente, uma figura muito prestigiada no mundo do direito como professor e não só. Era um democrata, mas independente. É assim que eu os vejo, não de outra maneira. Ainda para mais, no governo houve problemas graves entre Adelino da Palma Carlos e Raul Rego [que foi ministro para a Comunicação Social]. Houve problemas complicados entre os dois e os dois eram maçons! O que mais uma vez prova que a maçonaria não estava a instrumentalizar coisa nenhuma porque, se estivesse, esses problemas teriam sido superados.
Que problemas é que eles tiveram?
Foi sobre o chamado “golpe Palma Carlos” [Adelino da Palma Carlos tentou reforçar os seus poderes como primeiro-ministro e não conseguiu. Demitiu-se ao fim de 55 dias de governo]. Houve uma discussão acesa entre Palma Carlos e Raul Rego por causa disso. O que demonstra que não havia qualquer convergência maçónica entre os dois.
A fraternidade maçónica não funcionou ali...
Não funcionava ali. O que estava em causa eram opções políticas diferentes.
Vamos a Mário Soares. Não tem dúvidas em classificá-lo como um chefe de governo maçon... 
Para os classificar como maçons parto do princípio que foram iniciados. Uma vez iniciado maçon, considero que foram maçons, independentemente do percurso que cada um teve. E nesses 30 e tal chefes de governo que estão aí elencados há situações muito diversas. Há aqueles que foram maçons na juventude e depois deixaram de ter qualquer tipo de atividade maçónica. E há aqueles que tiveram atividade maçónica até à morte e até desempenharam cargos importantes em obediências maçónicas. O que eu entendo por maçons são aqueles que foram iniciados na maçonaria.
Mas isso é uma definição maçónica? Uma vez maçon, sempre maçon?
Há quem tenha essa opinião. Isto é, a partir do momento em que alguém é iniciado é maçon até à morte.
Mário Soares renegou a maçonaria. Ou seja, afastou-se, não participava, criticava os rituais.
Mário Soares deixou de ter atividade maçónica. Mas há inúmeros casos desses. Os mais importantes detratores da maçonaria em Portugal foram antigos maçons. Por exemplo, em 1935, quando a maçonaria é proibida, o prof. José Alberto dos Reis, que era presidente da Assembleia Nacional, é um velho maçon da loja Fernandes Thomaz, da Figueira da Foz. O ministro do Interior nessa altura, o coronel Lopes Mateus, era um velho maçon da loja José Estêvão, de Aveiro. Houve cinco deputados que votaram a favor da proibição da maçonaria que eram antigos maçons. Ou seja, foram iniciados maçons. Alguns deles tiveram uma atividade longa, mas a partir de certa altura deixaram, renegaram. Agora, a iniciação ninguém lhes podia tirar... Mas seguiram percursos completamente diferentes e alguns totalmente opostos em relação à maçonaria.
Maçons que traíram a maçonaria...
Mas isso é clássico. Eu entendo que a iniciação converte alguém que não é em maçon, mas depois há um caminho a percorrer. A iniciação abre a porta, mas há muitos que não passam do vestíbulo. Alguns até fecham a porta e voltam atrás, mas a iniciação não se pode tirar. Serão maçons na medida em que um cristão batizado é cristão, mas pode converter-se num ateu militante até à medula pouco tempo depois.
Portanto, Mário Soares não passou do vestíbulo na maçonaria...
Mário Soares teve uma atividade muito pequena em França. Foi iniciado na Grande Loja de França, o que é curioso. Não foi no Grande Oriente de França, que tradicionalmente era a obediência mais à esquerda, digamos assim, em França.
Porque é que isso aconteceu?
Por razões pessoais. Ele explica isso. Foi através de um amigo que estava na Grande Loja de França que ele foi para lá. Tanto quanto se sabe, não passou de companheiro, nunca chegou a mestre. Mestre é um maçon pleno, na plenitude das suas atribuições, direitos e deveres. Depois, quando voltou para Portugal, não retomou a atividade maçónica.
Conta dois episódios muito interessantes. Um é que Mário Soares terá feito uma chamada “prancha” maçónica, numa reunião em França, e que mesmo em Portugal, enquanto primeiro-ministro, esteve numa sessão do Grande Oriente Lusitano que, segundo percebi, quase se pode classificar como uma sessão maçónica, porque é introduzido como “irmão”, “poderoso irmão”... Podemos dizer que Mário Soares participou numa sessão maçónica do Grande Oriente Lusitano?
Mário Soares visitou o Grande Oriente Lusitano quando era primeiro-ministro, em 1977. Outros governantes, que nunca foram maçons, também o fizeram. O Presidente Sampaio, que nunca foi maçon, também visitou. Agora, a documentação que existe em relação a essa visita fala numa sessão de boas-vindas. Faltam testemunhos diretos, pessoais, dos que lá estiveram. Mas eu creio que se tratou de uma sessão não ritual, digamos assim. Claro que Mário Soares é classificado como “irmão” porque, tendo sido iniciado, era considerado maçon. É nesse contexto.
A expressão era “poderoso irmão”...
É exagerado, porque um qualificativo de poderoso só é dado a maçons que desempenham determinados cargos ou no poder executivo ou no poder legislativo dentro da maçonaria. Ora, Mário Soares nem sequer mestre maçon era. Não sendo mestre, não podia desempenhar qualquer cargo em qualquer obediência.
Foi uma saudação exagerada?
Foi uma deferência por parte de José Magalhães Godinho, que é compreensível pela proximidade, pela cumplicidade, pela estima que havia entre os dois. Mas foi nitidamente um exagero - aliás, que o próprio Adelino da Palma Carlos critica numa entrevista: “Como é possível que um grau 33 [que era Magalhães Godinho] possa chamar chefe a um grau 2?” Isto é um bocadinho anedótico, mas a história também é feita destes episódios pitorescos.
Mas podemos ou não podemos dizer que Mário Soares, a seguir ao 25 de Abril, cumpriu um ritual maçónico?
Não podemos dizer isso. Creio que foi aquilo a que se pode chamar uma “sessão branca”, que pode ser fechada. Ou seja, uma sessão em que participam maçons à qual podem ter acesso não maçons. Possivelmente terá sido isso. Não foi uma sessão ritual. Há sessões brancas abertas, que são aquilo a que chamaríamos uma conferência normal promovida por uma loja, mas aberta a qualquer pessoa, onde não há insígnias maçónicas.
Na sessão branca fechada pode haver?
Pode haver. Normalmente, só os escapulários ou as faixas, e não o avental. Em princípio, o avental só se utiliza nas sessões rituais.
Voltemos ao princípio: a revolução do 25 de Abril precisou da caução da maçonaria?
Não. A maçonaria estava numa situação de grande debilidade em abril de 1974. Existiriam umas dezenas de maçons, na sua maior parte com uma idade já provecta. Existiam quatro, cinco lojas em funcionamento, das quais só duas regularmente, em Lisboa. A maçonaria não poderia ter influência na preparação da revolução. Estou a pensar em António Reis, que era oficial miliciano na altura... António Reis [historiador, ex-grão-mestre do Grande Oriente Lusitano] só entra na maçonaria muitíssimos anos depois! Trata-se de uma coincidência, tal como aconteceu em relação ao 5 de Outubro. Muitos dos que participaram na revolução republicana só se tornaram maçons depois. É preciso termos algum cuidado com as cronologias.
Defende no seu livro que houve sempre maçons dos dois lados da barricada...
Não é só dos dois lados, é mesmo nos vários lados (risos). É em quase todos os lados. O que caracteriza a maçonaria, e penso que o livro mostra isso bem, é a pluralidade em termos políticos. Há um certo número de valores: liberdade, igualdade, fraternidade. Mas dentro desses valores, que são relativamente amplos e abstratos, cada um escolhe o caminho que entende em termos político-partidários para a concretização desses valores. Isso faz com que, ao longo do tempo, encontremos maçons em posições político-partidárias divergentes, contraditórias e até, por vezes, afrontando-se de um modo bastante veemente.
Temos o caso do Mendes Cabeçadas, que foi o operacional em Lisboa do 28 de Maio e também foi chefe de governo...
Temos Mendes Cabeçadas, que é um homem do 5 de Outubro, é um homem do 28 de Maio, é um homem da resistência contra a ditadura. A componente principal do 28 de Maio são os republicanos conservadores. O 28 de Maio é uma convergência de várias forças, umas claramente reacionárias, católicas, monárquicas, mas outras republicanas que queriam o regresso à pureza dos ideais republicanos do 5 de Outubro de 1910, como foi o caso de Mendes Cabeçadas. O que sucedeu foi que essa convergência tinha como objetivo terminar a hegemonia do Partido Republicano Português, mas o problema é que, depois, cada grupo queria coisas diferentes. Mendes Cabeçadas e outros queriam uma situação excecional rápida para pôr as coisas em ordem e o regresso à normalidade constitucional. Nunca uma ditadura como a que veio a ser instalada. Meses depois, muitos dos militares que fizeram o 28 de Maio compreenderam que não era aquilo que queriam. E pegam em armas contra a ditadura. Alguns dos principais organizadores do 28 de Maio de 1926 comandam uma revolta contra a ditadura logo no ano seguinte.
A seguir ao 25 de Abril, tirando Adelino da Palma Carlos e Mário Soares, não temos mais nenhum maçon para apresentar? 
Todos os outros primeiros-ministros não eram maçons.
Mas não podemos dizer que a maçonaria perdeu influência entre a i República e o tempo presente?
Essa história da influência da maçonaria é mais lenda do que realidade, mesmo em relação à i República. Um dos principais objetivos do livro foi sublinhar o facto de que a pertença à maçonaria não se refletiu na governação - rigorosamente nada. A ideia que existe ainda hoje é que a maçonaria controla. Quando se controla, controla-se num determinado sentido. E ali prova-se que não há um único sentido, há muitos sentidos. Pertenciam à maçonaria o líder do Partido Republicano Português, o líder do Partido Evolucionista, o líder da União Republicana, o líder do Partido Nacionalista, o líder do partido sidonista! Até o primeiro secretário-geral do Partido Comunista foi maçon. E que influência é que isto teve na política? Nenhuma! Cada um agiu de acordo com os princípios do seu partido, e não de acordo com as instruções recebidas pela maçonaria! Se aquela teoria da correia de transmissão fosse correta, eles teriam sido fiéis e obedientes instrumentos da maçonaria. E não foram! Antes tivessem sido porque, se assim fosse, a República não teria sido a confusão que foi, as lutas partidárias tremendas....A maçonaria tê-los--ia obrigado a fazer pactos... E isso não aconteceu.
Portanto, não houve irmandade maçónica na i República...
Essa irmandade poderá ter existido nos templos maçónicos, mas não na vida pública.
Mas nunca houve irmandade maçónica na vida pública?
Poderá ter havido em casos pontuais, mas não, de facto, no sentido de uma governação efetiva.
Para os “profanos”, como nós, a fraternidade maçónica é sempre suspeita de ser uma rede de tráfico de influências...
Claro. Mas isso acontece com qualquer instituição humana. Qualquer organização, de qualquer tipo, onde as pessoas se juntam, a tendência é sempre para isso. Seja na maçonaria, num partido, num clube de futebol, numa igreja, onde quer que seja. As pessoas conhecem-se, têm relações pessoais, de amizade, é natural que tendam a favorecer-se umas às outras. Agora, o que eu acho sempre muito injusto é olhar-se para a maçonaria como sendo a única organização onde isso pode acontecer. Não é! Em qualquer organização humana isso acontece. Agora, isso é contrário aos princípios maçónicos.
O favorecimento, a cunha?
Obviamente. A cunha, o favorecimento, o compadrio, a corrupção. Isso é contrário à ética maçónica! O que não quer dizer que não se faça, obviamente. Mas quando se faz, é antimaçónico. Vamos imaginar que alguém tem uma empresa e há dois candidatos. O favorecer um candidato por ser maçon não é lícito, a não ser que seja o mais credenciado. Agora, se estiverem dois candidatos em pé de igualdade, é compreensível que se favoreça o que é maçon em detrimento do que não é.
Mas se estão em pé de igualdade, porquê favorecer o maçon?
Tem de se escolher um!
E então escolhe-se o “irmão”?
Claro! Mas isso acontece em qualquer organização humana. Só seria escandaloso se o escolhido tivesse um currículo inferior ao outro. Em pé de igualdade, é natural que funcione esse tipo de simpatia, como a pertença ao mesmo partido, terem a mesma filiação clubística, etc.
É maçon assumido?
[hesitação] O que entende por isso de ser maçon assumido?
Uma pessoa que assume perante o público em geral que pertence à maçonaria.
É conhecida a minha atividade nesse campo, como estudioso, historiador, conferencista. Digamos que é um mundo em que me movo com relativa facilidade.
Mas pode dizer-me se é maçon?
Sou maçon.
O que o levou a aproximar-se da maçonaria?
Em primeiro lugar, a História. O conhecimento que eu tinha, o estudo. Não foi um passo que se dá em relação a qualquer coisa que se desconhece. O conhecimento da história facilita tudo isso. Se bem que seja diferente. O conhecimento da história das ideias, da filosofia, é uma coisa. Depois, a vivência é outra completamente diferente. Os princípios não valem de nada se não forem aplicados corretamente. Quando não são aplicados corretamente é uma adulteração, um abastardamento.
Quando se juntou à maçonaria já era historiador?
Sim.
E já era historiador da maçonaria?
Só muito episodicamente. Foi uma temática que sempre me interessou.
É um membro ativo da maçonaria?
Sim.
António Arnaut deu uma entrevista a este jornal em que dizia que todos os maçons em cargos públicos deviam dizer que são maçons. Concorda com ele?
Compreendo a ideia dele, mas defendo que a assunção desse estatuto compete sempre ao próprio. Sou completamente contra aquela questão da declaração de interesses. Isso é uma violação da privacidade total e completa. Se formos por aí, então temos de ir mais fundo. Então também deveria existir uma declaração de interesses relativamente à questão sexual, por exemplo. Porque não? Tem a ver com a privacidade das pessoas...
Mas em que é que a questão sexual pode interferir no espaço público?
Ai pode! Alguns dos casos mais graves da história da espionagem tiveram a ver com a exploração desses campos. Veja--se o caso Profumo, na Inglaterra, ou o caso Strauss-Khan. Alguém tem dúvidas que foi uma armadilha que lhe foi montada?
Eu tenho.
Ou seja: que ele é assim, é. Depois escorregou e liquidaram-lhe a candidatura à presidência. Coloca-se a mesma situação em relação à religião. As pessoas terão de declarar a religião que professam? Penso que compete a cada um decidir se sim ou não." (in entrevista ao SOL)

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

John Yarker, Grão-Mestre Mundial da O.˙.I.˙.R.˙.A.˙.P.˙.M.˙.M.˙.

John Yarker (17 de abril de 1833 - 20 de março de 1913) foi um maçom Inglês, escritor e ocultista. Ele nasceu em Swindale, Shap, Westmorland, no norte da Inglaterra, mudou-se com os seus pais para Lancashire e para Manchester em 1849.
Ele foi iniciado na maçonaria com a idade de 21 anos na Loja Integridade, n.º 189, Manchester, em 25 de Outubro de 1854, sendo exaltado a Mestre Maçom no início de 1855.
Em 1872 Yarker fundou o Soberano Santuário do Rito Antigo e Primitivo para a Inglaterra e Irlanda, mais tarde, em 1902, viria a ser Grão-Mestre Mundial do Rito Antigo e Primitivo de Memphis-Misraim.

  • O Kneph - (1881-1900) (publicação oficial do Rito Antigo e Primitivo de Memphis-Misraïm)As Escolas
  • Arcanas - 1909
  • Encargos maçônicos e Palestras
  • Mistérios científicos e religiosos da Antiguidade
  • Maçonaria nos tempos modernos
  • Origem e antiguidade da maçonaria
  • Palestras de um capítulo, Senado e do Conselho: De acordo com as formas do Antigo e Primitivo Rito
  • Os Misterios Da Magia
  • Maçonaria e as Cruzadas
  • Moderno Rosacrucianismo

Papus, a sua obra

"Gérard Anaclet Vincent Encausse (Corunha, Espanha, 13 de Julho de 1865 — Paris, França, 25 de Outubro de 1916), mais conhecido pelo pseudónimo de Papus, foi um médico, escritor, ocultista, rosacrucianista, cabalista, maçom e fundador do martinismo moderno.
Discípulo de Joseph Saint-Yves d’Alveydre (1842-1910), um iniciado da Igreja Gnóstica e frequente investigador de muitos grupos ocultos de seu tempo. Um dos mais famosos ocultistas da virada do século, ele foi o fundador da Escola Hermética em Paris, que atraiu muitos estudantes russos e dirigiu revista francesa de ocultismo, L’Initiation. Papus também foi o cabeça de duas sociedades esotéricas, a L’Ordre du Martinisme e a L’Ordre Kabbalistique de la Rose-Croix.
Papus, juntamente com Oswald Wirthe Stanilas de Guaita,sonharam em unir os ocultistas de todo lugar numa fraternidade Rosacruniana reavivadade, uma ordem oculta internacional em que eles esperavam que o Império Russo desempenharia um papel de líder como ponte entre o Leste e o Oeste." (in Wikipédia)
A Pedra Filosofal - Provas Irrefutáveis de sua Existência
É comum a opinião de que a Alquimia é uma arte falsa, cujo propósito é fabricar ouro de maneira artificial, e que na Idade Média levou muita gente crédula à ruína.
Em primeiro lugar, uma questão se apresenta, e consiste em saber como se deve considerar a Alquimia, sob o ponto de vista da Ciência Oculta. Para isso, omitiremos os comentários e declarações relacionados com a Alquimia, que aparecem em certas Enciclopédias da atualidade, e nos referiremos somente àqueles que consideram os alquimistas como mestres em sua ciência. Por exemplo, tomemos a obra de Raimundo Lulio. O que encontramos nela? Nada além das regras desta arte especial, considerada como a única preocupação dos alquimistas. Com efeito, em toda obra séria, na qual se faça referência à filosofia hermética, encontraremos o seguinte:
1. Uma filosofia profunda que serve de base a uma síntese natural, a qual tem como ponto de partida, a teoria da evolução exposta até suas últimas consequências, e a teoria da unidade da substância e do plano (por fim, o axioma alquímico que diz: "Tudo está em tudo").
A Reencarnação
A reencarnação é a volta do Princípio espiritual num novo envoltório carnal. Para um ser humano, este envol­tório é sempre um corpo humano. Mas pode reencarnar-se quer no mesmo planeta em que viveu sua última existência, quer num outro planeta.
Não se pode fixar um tempo de precedência à volta num corpo material, da mesma forma que não se pode fixar um tempo para a vida terrestre. Entes humanos passam três anos na terra e outros passam 90 anos. Se disséssemos: o homem vive na terra 30 anos, falaríamos como um amador de estatística, porém não como um observador das leis reais.
A duração da vida na terra é um factor pessoal; da mesma forma a duração do tempo que se passa antes de voltar à terra é igualmente um factor pessoal que depende de muitas circunstâncias.
Digamos logo que, antes de vir reencarnar-se num planeta, o ser espiritual consente na perda da memória das existências anteriores. Daremos todas as passagens dos autores clássicos, referentes a este fato e simbolizadas pela absorção do copo de água do rio Lethes, ou rio do esquecimento, que se bebia antes de voltar a terra.
Com efeito, a reencarnação foi ensinada como um mistério esotérico em todas as iniciações da Antiguidade.
Eis uma passagem dos ensinos egípcios 3.000 anos antes de Jesus Cristo, sobre a reencarnação:
Antes de nascer, a criança viveu, e a morte nada termina. A vida é uma volta, Khéprou, ela passa semelhante ao dia solar que recomeça.
O Homem se compõe de inteligência, Khou, e de matéria, Khat.
A inteligência é luminosa e se reveste, para habitar o corpo, de uma substância que é a alma: Ba.
Os Animais têm uma alma: um Ba, porém um Ba privado de inteligência, de Khou.
Como está constituído o Ser Humano
Como está constituído o Ser Humano? Tem ele apenas um corpo que produz todas as suas faculdades?
Tem ele uma alma imortal ou um Espírito ligado a este corpo?
Se o corpo e o Espírito existem no homem, são eles únicos em presença ou são unidos por um outro elemento?
Tais são os problemas que agitam os filósofos desde há muitos séculos e é para estes problemas que viemos oferecer uma solução, expondo os ensinamentos da tradição oculta e cristã do Ocidente.
Nesta pequena exposição, destinada a todos, discorreremos o menos possível de filosofia, e não estabeleceremos qualquer discussão. Àqueles que quiserem controlar nossas reivindicações rogamos que se transfiram para as volumosas obras dos Mestres e aos exaustivos estudos sobre o ocultismo. Vejamos primeiro as três questões fundamentais.
Iniciação Astrológica
A base dos estudos científicos feitos nos templos antigos pelos egípcios, caldeus, chineses, etc., era o estudo do céu. O percurso do Sol nos 12 signos era o ponto de partida de inúmeras histórias místicas (por ex.: a conquista do Velocino de Ouro, os Trabalhos de Hércules).
O nascer e o ocaso das constelações, os múltiplos movimentos que aconteciam no imenso MAR CELESTE, Maha María, prendiam a atenção dos iniciados e formavam a base de um ensinamento tanto preciso como profundo.
Os caracteres alfabéticos dos alfabetos hieroglíficos egípcios, cuneiformes e chineses primitivos[1] derivam diretamente da forma que têm certas constelações (fig.1). O céu torna-se, assim, o conservatório do verbo, e se todos os monumentos intelectuais da Terra fossem destruídos, bastaria empreender o estudo sistemático do céu para recuperar os Princípios da construção.
Há três círculos de construção geral:
- o círculo do astro central;
- o círculo dos astros móveis e
- o círculo dos fixos:
Há sete astros móveis e doze signos zodiacais fixos. Imagine tudo isto em sinais hieroglíficos e terá a chave de todos os alfabetos sagrados de 22 letras, que a Universidade da Babilónia tinha, desde o ano 500 A.C., tornados exotéricos.
Martines de Pasqually Sua vida – Suas práticas Mágicas Sua Obra – Seus Discípulos
Até o presente, não se possuía nenhum documento sério que permitisse elucidar a vida de um dos homens que mais contribuiu para o desenvolvimento e para a propagação do iluminismo na França, 5 Martines de Pasqually, o iniciador de Louis Claude de Saint-Martin, denominado Filósofo Desconhecido e fundador dos ritos dos Elu Cohen. Representante da tradição Martinista, nós fomos postos defronte à mesma, graças à nossa loja de Lion, para estudar os arquivos milagrosamente salvos e que permitiram lançar uma luz decisiva sobre a história do iluminismo na França do século XVIII e sobre as relações das lojas com a Estrita Observância do barão de Hundt.
Estes arquivos são provenientes de um homem apenas conhecido por autores especiais, Jean Baptiste Willermoz, posto à frente do movimento esotérico em Lion e que desempenhou um papel dos mais importantes na história do Martinis.
Martinesismo, Willermosismo e Martinismo
É impossível compreender a essência do Martinismo de todas as épocas, se antes não estabelecermos a diferença fundamental existente entre uma Sociedade de Iluminados e a Maçonaria. Uma Sociedade de Iluminados liga-se ao Invisível por um ou por vários de seus chefes. Seu princípio de existência tem sua origem em um plano supra-humano; toda sua organização administrativa se faz de cima para baixo. Os membros da fraternidade obedecem a seus chefes, obrigação que se torna ainda mais importante à medida que os membros entram no círculo interior.
A Maçonaria não está ligada ao Invisível por nenhum vínculo. Seu princípio de existência tem sua origem em seus membros e em nada mais. Toda sua organização administrativa se faz de baixo para cima, com selecções sucessivas por eleição.
Infere-se disso que esta última forma de fraternidade nada pode produzir para fortificar sua existência a não ser cartas constitutivas e papéis administrativos, comuns a toda sociedade profana; enquanto as Ordens de Iluminados baseiam-se, sempre, no Princípio do Invisível que as dirige.
Meditações sobre o "Pater"
O Pai evoca a ideia de Criador, e de Criador activo. Ao mesmo tempo, este termo implica a ideia do amor do Criador por todas suas criaturas.
O Criador, o Pai, não pode admitir que uma de suas criações seja destruída sem o seu consentimento, sem a permissão do Criador. Nisso há também um grande mistério, nomeadamente o da circulação da vida universal no Universo e das relações dessa vida universal com o Pai Celeste.
Poder criador activo e bondade soberana, tais são os dois princípios evocados pelo termo: Pai Nosso.
O Plano Astral: O Estado de Desordem e a Evolução Póstuma Do Ser Humano
Presidente do Grupo Independente de Estudos Esotéricos Diretor de L‘initiation e de Voile d‘Isis
A tradição cabalística determina três fases sucessivas no fenómeno da morte e ensina que a morte do corpo físico, seguida pela dissolução de seus elementos, é apenas a primeira etapa da evolução póstuma da entidade humana.
No entanto, nenhum escritor contemporâneo abordou, segundo nosso conhecimento, a análise dos fatos que se estendem desde o início da agonia até o momento em que o elementar é constituído definitivamente. Contentamo-nos em dizer apenas que este é o estado de desordem e em geral não se vai mais além.
Mas esta questão é de grande importância a elucidar, porque permite realizar deduções capitais, por um lado sobre o aspecto do sepultamento, da cremação ou do embalsamamento do corpo físico e, em segundo lugar, sobre a reacção do ideal do ser humano com respeito ao futuro.
O que ocorre a nossos mortos
Meu velho amigo e editor Henri Dangles teve a excelente ideia de publicar uma nova edição - a terceira - de um dos opúsculos póstumos de nosso grande e saudoso PAPUS (Dr. Gerard Encausse). Estas últimas e luminosas páginas foram a última obra de Papus. Foi redigida alguns meses antes de seu falecimento, e publicada a título póstumo em 1918.
Mobilizado como médico chefe de uma equipe cirúrgica de campanha, em 1914, meu querido pai se devota plenamente ao serviço dos feridos durante os meses que passou na fronte. Foi também durante este período de sua existência terrena que ele escreveu estas páginas seguintes, tão emotivas quanto reconfortantes, ao mesmo tempo. Como se sabe, ele foi vítima de sua dedicação e, gravemente doente, teve de regressar por fim a Paris, onde, em 25 de Outubro de 1916, viria a falecer apenas aos cinquenta e um anos.
Enxuguemos nossas lágrimas, ouçamos esta grande voz do além-túmulo e de todo coração, agradeçamos àquele que, pelo bem de muitos seres humanos, foi e continua sendo um guia, um amigo, um Consolador, um Mestre em toda a pura e bela acepção do termo.
Os Discípulos Da Ciência Oculta: Fabre d’Olivet E Saint-Yves d’Alveydre
Quantas reputações literárias são feitas sobre as opiniões de pessoas que não conhecem uma linha daquilo de que estão falando! Um autor passa vários anos de sua vida a desenvolver um trabalho consciencioso, e qualquer um consegue, sem sequer ler quatro páginas, lançar um tal epíteto muitas vezes repetido à exaustão pelas pessoas. É dever de todo homem honesto protestar contra tais processos em nome da justiça e da lealdade. Fizemos nossos esforços para expor as doutrinas de Fabre d‘Olivet e de Saint-Yves d‘Alveydre, ao menos como nós as compreendemos. Devemos invocar perante os leitores uma única consideração, que tivemos a honestidade de ler livros inteiros dos autores dos quais estamos falando, e suplicamos por todos aqueles que desejam julgá-los de forma imparcial de não crê-nos antes de terem agido da mesma forma.
Sepher Yetsirah - O Livro Cabalístico da Criação
CAPÍTULO I - Exposição Geral
É com as trinta e duas vias da sabedoria, vias admiráveis e ocultas, que IOAH (h w h y) DEUS de Israel, DEUS VIVO e Rei dos Séculos, DEUS de Misericórdia e de Graça, DEUS Sublime tão Exaltado, DEUS vivendo na Eternidade, DEUS santo, grava seu nome por três numerações: SEPHER, SEPHAR e SIPUR, isto é o NÚMERO, O QUE NUMERA e o NUMERADO (Também traduzido por Escritura, Número e Palavra - Abendana), contido nas dez Sefirotes isto é, dez propriedades, com exceção do inefável, e vinte e duas letras.
As letras são constituídas por três mães, mais sete duplas e doze simples. As dez Sefirotes com excepção do inefável (EN SOF), são constituídas pelo número dez, como os dedos das mãos, são cinco mais cinco, mas no meio deles está a aliança da unidade. Na interpretação da língua e da circuncisão encontram-se as dez Sefirotes com excepção do inefável.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

Robert Ambelain, a sua obra

"Robert Ambelain nasceu na cidade de Paris, tendo se tornado membro da Academia Nacional de História e da Associação dos Escritores de Língua Francesa.
Ingressou na Franco-Maçonaria francesa, sendo iniciado na Loja La Jérusalem des Vallés Égyptiennes, do Rito de Memphis-Misraïm, onde viria a ser elevado ao grau de Mestre.
Durante a Segunda Guerra Mundial, juntamente com outros maçons ligado à Resistência, fundou a Loja Alexandria do Egito. Para que pudesse manter a Maçonaria trabalhando durante a ocupação alemã, recebeu todos os graus do Rito Escocês Antigo e Aceito, todos os graus do Rito Escocês Retificado, incluindo o de Cavaleiro Benfeitor da Cidade Santa e o de Professo, todos os graus do Rito de Memphis-Misraïm e todos os graus do Rito Sueco, incluindo o de Cavaleiro do Templo. Em 1962, foi alçado ao Grão-Mestrado mundial do Rito de Memphis-Misraïm e, em 1985, foi promovido a Grão-Mestre Mundial de Honra do Rito de Memphis-Misraïm.
Foi agraciado, ainda, com os títulos de Grão-Mestre de Honra do Grande Oriente Misto do Brasil, Grão-Mestre de Honra do antigo Grande Oriente do Chile, Presidente do Supremo Conselho dos Ritos Confederados para a França, Grão-Mestre da França do Rito Escocês Primitivo e Companheiro ymagier do Tour de France - da Union Compagnonnique dês Devoirs Unis, onde recebeu o nome de Parisien-la-Liberté.
Além da Maçonaria, participou de outras organizações iniciáticas, como a Ordem Kabbalística da Rosa-Cruz e a Ordem Martinista.
Dentre os livros que escreveu, destacam-se obras sobre Astrologia, I Ching, Tarot, Magia, Alquimia e Cabala.
Foi também autor de obras polêmicas sobre as origens do Cristianismo, como "La Magie sacrée et Jésus ou le mortel secret des Templiers"e "La Vie secrète de Saint Paul".
Morreu em Paris, deixando inconcluso o livro "Finis Gloriae Mundi"." (in Wikipédia)


Zeca Afonso, o professor que não usava gravata e estava do lado dos alunos

"Foi músico, poeta, nome da revolução. Mas foi também professor. Quando passam 30 anos da morte de Zeca Afonso, a TSF ouviu dois antigos alunos que falam de um professor que era diferente dos outros.
José Afonso foi colocado como professor provisório na Escola Industrial e Comercial de Faro (agora Escola Tomás Cabreira) em 1958. Depois de um ano em Alcobaça, voltou em 1960 e ali ficou por mais quatro anos a dar aulas de Português e Francês.
Adérito Melro tinha na altura 13 anos. Foi aluno do Zeca em 1963 e lembra-se bem daquele professor que era diferente; que não usava fato cinzento ou azul escuro nem sequer gravata. Essa vinha sempre guardada num bolso, para quando era chamado ao gabinete do diretor.
Nas aulas conversava muito com os alunos. Ouvia os desabafos, as queixas sobre as outras disciplinas, falava sobre bola e sobre outras coisas do dia-a-dia. Adérito lembra-se dos dias de inverno, em que nas aulas Zeca lamentava a sorte dos pescadores. Na altura, com 13 anos, não tinha consciência plena do que estava a ser dito, mas hoje consegue ver nessas conversas o sentimento de injustiça e de desigualdade - não eram os donos das traineiras que preocupavam o Zeca quando não se podia pescar; eram os pescadores, que não tinham como alimentar os filhos.
E depois havia a música. A pretexto do ensino do Francês, Zeca permita aos alunos ouvir na sala os discos de Charles Aznavour, Françoise Hardy ou Gilbert Bécaud, os cantores da moda da altura.
Anos antes, em 1960, também José Pontes foi aluno de Zeca Afonso na Escola de Faro, mas no curso noturno de Aperfeiçoamento do Comércio. As aulas, lembra José, não tinham mais de 30 minutos. A conversa ocupava grande do tempo e depois Zeca fazia questão de esperar pelo último aluno que saía do trabalho a correr para chegar a tempo à escola.
Numa dessas aulas, o professor perguntou se havia ali alguém que soubesse escrever bem à máquina. Precisava de acabar a tese de licenciatura do curso de Histórico-Filosóficas, que tinha começado em Coimbra em 1949.
Mais tarde, Zeca havia de contar a José Salvador (o autor de "José Afonso - O Rosto da Utopia") que só voltou a dedicar-se à tese porque a determinada altura encontrou o Monteiro, o antigo colega professor, que lhe disse que já era hora de fechar esse capítulo. Zeca respondeu que lhe faltava "o lapisito". O Monteiro ofereceu-lhe um lápis pequeno... e acabaram-se as desculpas.
Já em Faro, foi José Pontes que aceitou bater à máquina a tese de final de curso do Zeca: "Implicações Substancialistas da Filosofia Sartriana". O Pontes nunca tinha ouvido falar de Sartre, mas dedicou-se ao trabalho. Durante duas semanas, uma hora por dia, depois das 17h, Zeca Afonso ia até à Caixa Agrícola, onde José Pontes estava empregado. Ele ditava; o Pontes escrevia.
Mais de 50 anos depois, desafiado pelo vizinho e amigo Luís Andrade, José Pontes foi à Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. E reencontrou a tese, datilografada por ele.
Das memórias que José Pontes guarda do professor Zeca Afonso, está um jantar do final do curso onde o ouviu cantar "Menino d'Oiro" e de uma excursão pelo Algarve.
tsf

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

Dicionário Secreto da Maçonaria, livro de Sérgio Pereira Couto

Dicionário Secreto da Maçonaria – Ao pensar em Maçonaria, os não-iniciados normalmente deparam com uma palavra: mistério. Tudo o que acontece nos bastidores da Ordem está envolto e preservado por um voto de sigilo Feito por seus participantes , o qual dificilmente é quebrado. Mas, como tudo o que é secreto desperta nossa curiosidade, esta aura misteriosa faz que muitas pessoas tenham vontade de saber como funciona Maçonaria. É impossível não imaginar como são os rituais de iniciação, os símbolos de reconhecimento, e mesmo como é uma loja maçónica. Tão difícil quanto, é não especular sobre a participação desta Ordem em diversos episódios históricos e sobre personalidades que tiveram seus nomes associados à Maçonaria como Mozart, Churchill, Walt Disney, Sigmund Freud, Beethoven, Bach, George Washington, Roosevelt, Dom Pedro I, Rui Barbosa, entre outros. 
Nas páginas do Dicionário Secreto da Maçonaria você terá a oportunidade de entender o universo secreto maçónico à medida que conhece os principais termos usados pelos seus seguidores.

A 23 de Fevereiro de 1685, nasceu Georg Friedrich Händel

Georg Friedrich Händel (Halle na der Saale), 23 de Fevereiro de 1685 — Londres, 14 de Abril de 1759) foi um célebre compositor germânico, naturalizado cidadão britânico em 1726. Desde cedo mostrou notável talento musical, e a despeito da oposição de seu pai, que o queria um advogado, conseguiu receber um treinamento qualificado na arte da música. A primeira parte de sua carreira foi passada em Hamburgo, como violinista e maestro da orquestra da ópera local. Depois dirigiu-se para a Itália, onde conheceu a fama pela primeira vez, estreando várias obras com grande sucesso e entrando em contacto com músicos importantes. Em seguida foi indicado mestre de capela do Eleitor de Hanôver, mas pouco trabalhou para ele, e esteve na maior parte do tempo ausente, em Londres. Seu patrão mais tarde se tornou rei da Grã-Bretanha como Jorge I, para quem continuou compondo. Fixou-se definitivamente em Londres, e ali desenvolveu a parte mais importante de sua carreira, como autor de óperas, oratórios e música instrumental. Quando adquiriu cidadania britânica adoptou o nome George Frideric Handel.


Tinha grande facilidade para compor, como prova sua vasta produção, que compreende mais de 600 obras, muitas delas de grandes proporções, entre elas dezenas de óperas e oratórios em vários movimentos. Sua fama em vida foi enorme, tanto como compositor quanto como instrumentista, e mais de uma vez foi chamado de “divino” pelos seus contemporâneos. Sua música se tornou conhecida em muitas partes do mundo, foi de especial importância para a formação da cultura musical britânica moderna, e desde a metade do século XX tem sido recuperada com crescente interesse. Hoje ele é considerado um dos grandes mestres do Barroco musical europeu.” (in Wikipédia)




Giordano Bruno


A Idade Média foi marcada pela inclemente perseguição da Igreja Católica aos que pensavam e agiam de forma diferente dos dogmas cristãos. Não havia liberdade para criticar, duvidar ou contestar os assuntos referentes ao catolicismo. Sem o livre arbítrio, muitos daqueles que faziam criticas aos postulados impostos pela igreja foram consideradas hereges, rotulados de praticar bruxaria. Passavam assim pelo Tribunal da Santa Inquisição e morriam condenados às fogueiras, em praça pública.

Dentre estas pessoas encontra-se Fillipo Bruno, considerado um dos pioneiros da Ciência Moderna. Nasceu em Itália, no ano de 1548 e foi queimado vivo em 17 de Fevereiro de 1600. Foi filósofo, teólogo, matemático, e astrónomo. Entrou na Ordem dos Dominicanos, aos 15 anos, em 1566 quando então passou a ser chamado Giordano Bruno. Ali estudou filosofia aristotélica e a teologia de São Tomás de Aquino. Não aceitava imagens de santos, apenas o crucifixo e foi expulso da ordem por desviar-se da doutrina religiosa. Desde então passou a peregrinar pelo mundo ensinando filosofia e a arte da memória. Lutou pela união entre cristãos, protestantes e católicos enfatizando a tolerância religiosa. Em contacto com a doutrina protestante de Calvino, acusa o calvinismo de ser contrário a liberdade intelectual. Foi professor na Universidade de Paris, em 1581. Das suas obras escritas constam ‘As ideias humanas’; ‘Cantos Circenses e ‘Heróicos furores’.

Para ele, Deus transcendia a tudo e a todos, devendo ser procurado pela fé fervorosa, mais do que pela inteligência. Defendeu também o Panteísmo ao considerar que Deus estava em tudo o que havia na natureza. Nas suas elaborações filosóficas duvidava dos preceitos católicos da Santíssima Trindade e questionava a existência de um Deus único e exterior ao homem, reprovando a violência por parte da religião, tanto que se recusou, tenaz e obstinadamente, a retratar-se diante da suprema corte, o que resultou na sua condenação. Defendia ainda que o universo era infinito, preceito contrário ao da igreja, que preconizava o geocentrismo, considerando a terra o centro do universo. Assim, admitiu a teoria copernicana, relatando ser a terra apenas mais um planeta de entre uma infinidade de planetas e estrelas.

Afirmava que os sentidos não podem apreender o que somente o intelecto pode conceber. O que não se pode ver, Bruno remete a outros olhos, os de um ‘ver intelectual’. Ele coloca sob dúvidas e vê com cuidado aquilo que se testemunha pelos sentidos. Afirma que o infinito não pode ser objecto dos sentidos e, embora não sendo visível ou sensível, não poderia ser negado. Bruno dimensiona, aí, o infinito. Quem o negasse por não perpassar pelos sentidos viria a negar a própria substância e o ser. 

Ao intelecto compete julgar e dar a “razão das coisas afastadas no tempo e no espaço”, afirmava Bruno. Após a sua morte os seus contemporâneos silenciaram completamente, chegando ao extremo de remover o nome de Frei Giordano dos registos da Ordem de São Domingos e das universidades e academias em que tinha ensinado. As suas ideias extravagantes para a época influenciaram o Iluminismo, movimento europeu que lutou pela liberdade, principalmente religiosa. Assim operou uma verdadeira revolução desconstruindo a imagem tradicional do mundo e da realidade física, desconsiderando o cosmos medieval que daria lugar a uma “ciência nova”. Bruno, mostrando a sua irreverência, assim se expressou “só os espíritos mais fracos é que pensam com a multidão por ser ela multidão. A verdade não é modificada pelas opiniões do vulgo, nem pela confirmação da maioria. 

As suas ideias foram retomadas no século XX e sua contribuição metafísica e epistemológica marcantes. Segundo historiadores, ao ouvir a sua sentença de morte, Giordano Bruno disse a seus algozes: “Vocês pronunciam esta sentença contra mim com um medo maior do que eu sinto ao recebê-la“. (Ext. e Adap.: Daniel Santos de Castro)




A 17 de Fevereiro de 1600 — O filósofo italiano Giordano Bruno é queimado vivo no Campo de Fiori em Roma, acusado de heresia

Em Roma, o julgamento de Bruno durou oito anos, durante os quais ele foi preso, por último, na Torre de Nona. Alguns documentos importantes sobre o julgamento estão perdidos, mas outros foram preservados e entre eles um resumo do processo, que foi redescoberto em 1999. As numerosas acusações contra Bruno, com base em alguns dos seus livros, bem como em relatos de testemunhas, incluíam blasfêmia, conduta imoral e heresia em matéria de teologia dogmática e envolvia algumas das doutrinas básicas da sua filosofia e cosmologia. Luigi Firpo lista estas acusações feitas contra Bruno pela Inquisição Romana:

  • sustentar opiniões contrárias à fé católica e contestar os seus ministros;
  • sustentar opiniões contrárias à fé católica sobre a Trindade, a divindade de Cristo e a encarnação;
  • sustentar opiniões contrárias à fé católica sobre Jesus como Cristo;
  • sustentar opiniões contrárias à fé católica sobre a virgindade de Maria, mãe de Jesus;
  • sustentar opiniões contrárias à fé católica tanto sobre a Transubstanciação quanto a Missa;
  • reivindicar a existência de uma pluralidade de mundos e suas eternidades;
  • acreditar em metempsicosee na transmigração da alma humana em brutos, e;
  • envolvimento com magia e adivinhação.
No último interrogatório pela Inquisição do Santo Ofício, não abjurou e, no dia 8 de Fevereiro de 1600, foi condenado à morte na fogueira. Obrigado a ouvir a sentença ajoelhado, Giordano Bruno teria respondido com um desafio: Maiori forsan cum timore sententiam in me fertis quam ego accipiam (“Talvez sintam maior temor ao pronunciar esta sentença do que eu ao ouvi-la”).
A execução de sua sentença ocorreu no dia 17 de Fevereiro de 1600. Na ocasião teve a voz calada por um objecto de madeira posto na sua boca. (Extr. e Adapt.: Wikipédia)