"O acervo egípcio do Museu Nacional confunde-se com a própria História do Brasil. Para demonstrar essa relação, o artigo voltará aos primeiros anos da Independência. Passará ao Reinado de Dom Pedro II, considerado o pai da Egiptologia Brasileira. Finalmente, verificará a importância histórica das principais peças do Egito Antigo para a ciência.
O regime imperial e o iluminismo maçônico
Em 7 de setembro de 1822, o Brasil tornou-se independente de Portugal. Dom Pedro I foi coroado o primeiro monarca do recém-fundado Império do Brasil. Diferentemente dos novos países oriundos da antiga América Espanhola que adotaram o regime republicano, o Brasil tornava-se uma monarquia.
Por sua grandiosa extensão geográfica, nasceu como um Império, considerado naquela época como a mais avançada das formas de governos.
Dois anos depois, Dom Pedro I foi iniciado na Maçonaria. O nome escolhido em sua iniciação foi Guatimozin, o último Imperador Asteca. O simbolismo remetia à ideia de retorno de um grande Império nas Américas. Assim, o regime imperial brasileiro podia, portanto, reivindicar seu lugar numa linhagem histórica e assim perfilar ao lado de Egito, Assíria, Roma, França, Grã-Bretanha, mas também o pré-colombiano Asteca.
A Grande Loja Maçônica Unida da Inglaterra havia sido fundada 1717. Logo, lojas maçônicas espalharam-se pela Europa e América, tornando-se o refúgio secreto de defensores dos ideais iluministas. O Grande Oriente da França, fundado em 1728, passou a ser o difusor de valores revolucionários que culminariam em slogans como “liberdade, igualdade e fraternidade”. A
Revolução Francesa foi o ponto de culminância desses ideais iluministas. Sua influência viria a se fazer presente em todos os processos de Independência nas Américas.
Com as notáveis diferenças políticas entre a conservadora Maçonaria inglesa e a revolucionária Maçonaria francesa, ocorreu uma dispersão de ritos maçônicos, baseados em tradições distintas.
Quanto mais ocultista o rito, mais ele aproximava-se do Antigo Egito, da cabala judaico-cristã, do helenismo clássico greco-romano e da alquimia medieval e renascentista. A maior influência egípcia chegou nos ritos maçônicos no contexto do retorno da expedição de Napoleão.
A Egiptologia e a Egiptomania
Napoleão retornou à França em 1801 após uma campanha militar e científica no Egito. Como propaganda de sua expedição, Napoleão passou a ser um promotor do Antigo Egito na França e na Europa. Logo, o interesse por esta civilização tornou-se uma febre entre as monarquias imperiais, nobrezas e burguesias europeias e americanas. A publicação de livros, realização de feiras e a incorporação de peças egípcias ao Museu do Louvre, ajudaram a popularizar esta civilização, que era adotada pelos impérios europeus como exemplo de longa durabilidade. Afinal, o regime faraônico sobreviveu por três mil anos, algo nunca alcançado mesmo até hoje.
Em 1804, Napoleão corou-se Imperador da França, utilizando-se de inúmeras referências ao Antigo Egito para legitimar sua posição. Difundir a glória e a grandeza do Antigo Egito, era uma forma também de reconhecer a França Imperial. Em 1822, mesmo ano da Independência do Brasil, o linguista francês Jean François Champollion completou o deciframento da escrita hieroglífica egípcia. A partir deste momento, a História do Antigo Egito deixava de ser escrita apenas pelo olhar da bíblia e dos relatos gregos e passava a falar por si mesma. Surgia uma nova ciência, batizada de Egiptologia, que se tornou o campo de estudo de tudo aquilo que se relaciona ao Antigo Egito. A febre que isto despertou, levou ao surgimento de um fenômeno de massas: a Egiptomania, que se alimentava de cada nova descoberta, das peças que chegavam à Europa, das publicações e viagens turísticas pelo Nilo que eram obrigatórias a qualquer magnata europeu ou americano.
Neste contexto, o italiano Giovanni Battista Belzoni pilhava o Egito em busca de tesouros antigos. Belzoni tornou-se um verdadeiro saqueador e contrabandista de peças para a Europa, abastecendo antiquários, museus e coleções privadas. Parte deste carregamento foi trazido às Américas. É aqui que a História Egípcia Antiga encontra-se com a História Brasileira.
O Egito Antigo no Brasil Imperial
No ano de 1826, ocorreu um fato que viria a reforçar a construção ideológica do recém fundado Brasil com o mais duradouro Império da História: o Antigo Egito. Um contrabandista italiano chamado Nicolau Fiengo levava a Buenos Aires um carregamento de peças egípcias, de objetos provavelmente oriundos das pilhagens de Belzoni. Contudo, ao atracar no porto do Rio de Janeiro, teve a notícia de que o país vizinho encontrava-se em meio a uma Revolução. Por isto, decidiu leiloar suas peças na capital do jovem Império. Dom Pedro I arrematou todas e doou-as ao Museu Real, fundado em 1818 por Dom João VI, hoje conhecido por Museu Nacional. A maior parte delas vinha do Vale dos Reis, na antiga Tebas e atual Luxor.
Dom Pedro I abdicou ao trono em 1831. Só veio a ser substituído por seu filho, Dom Pedro II, em 1840. Este segundo monarca teve um longo Reinado e foi conhecido por ter sido um patrocinador da ciência, da educação, da cultura e das artes. Sua paixão declarada era o Antigo Egito. Por isto, ele é conhecido como o pai da Egiptologia Brasileira.
Dom Pedro II esteve duas vezes no Egito. Era amigo pessoal do Egiptólogo francês Auguste Marriette, com quem aparece na foto junto à Esfinge, tirada com a Família Real. Em 1876, Dom Pedro II foi presenteado pelo quediva Ismaili com um esquife intacto com sua múmia dentro. Ele pertencera à cantora do templo de Karnak, Sha-Amun-en-Su. O esquife ficava na própria sala do Imperador, de onde ele despachava, no mesmo palácio da Quinta da Boa Vista que viria a ser a sede do Museu Nacional após a proclamação da República.
O acervo egípcio do Museu Nacional
Com a queda do regime imperial, o acervo egípcio perdia sua importância política e passava a ser reconhecido por seu valor científico. Em 1901, as estelas funerárias e votivas da coleção foram fotografadas para o Grande Dicionário Hieroglífico de Berlim. Em 1919, foi publicado o Guia das Coleções de Arqueologia Clássica do Museu Nacional, incluindo o acervo egípcio.
Atualmente, compunha-se de 700 peças, sendo o maior acervo de Egiptologia da América Latina. Ele continha peças que cobriam praticamente toda a História do Antigo Egito, desde o período Pré-Dinástico (entre 5 mil a 3 mil aEC) ao período Romano (de 32 aEC a 395 EC). A maior parte era, contudo, do período Faraônico (80% das peças, de 3 mil aEC a 32 EC), especialmente do Novo Reinado (1550 a 1069 aEC ) e do III Período Intermediário (1069 a 332 aEC.).
No acervo, encontrava-se diversos objetos, a maioria de contexto religioso e funerário. Havia papiros, estátuas de Deuses e Deusas, estelas funerárias e votivas, shabits (imagens de pessoas para acompanharem o finado no além-vida), amuletos para proteger o corpo mumificado, esquifes, vasos canópicos (para guardar os órgãos do morto) e múmias de gatos, filhotes de crocodilos, íbis, tartarugas e humanos.
As múmias humanas do Museu Nacional pertenceram a: 1) Hori, um sacerdote de alta hierarquia da 21ª Dinastia (cerca de 1 mil aEC), com os títulos de Escriba Real, Mordomo Real e Superintendente do Harém Real da Esposa Divina de Amon (Rainha do Egito). 2) Sha-Amun-En-Su, cantora do Templo de Amon em Tebas, que auxiliava a Esposa Divina de Amon em suas funções ritualísticas na 22ª Dinastia (cerca de 750 aEC). 3) Harsiese, da 26ª Dinastia (cerca de 650 aEC), também foi um alto funcionário na região tebana. 4) Finalmente, a “múmia feminina” que não tinha seu esquife para identificá-la e viveu provavelmente no século I aEC.
Recentemente, a equipe de pesquisadores do Museu Nacional estudou múmias utilizando tecnologias da medicina moderna como tomografia computadorizada com escaneamento em 3D de cada uma de suas camadas. A múmia de Sha-Amun-en-Su era de grande interesse à Egiptologia por ser uma das poucas no mundo que continuavam intactas dentro do esquife. Ela estava intocada, inclusive com seus amuletos colocados nas partes do corpo em que se encobria com encantamentos mágicos para protegê-la no além-vida. Um feitiço que durou quase 3 milênios, até o fatídico 2 de setembro de 2018, quando o Museu Nacional pegou fogo.
O acervo egípcio após o incêndio
Ainda não foi autorizado pela perícia o processo de salvamento das peças, pois os bombeiros estão investigando as causas que levaram ao incêndio. Existe a esperança de que artefatos de pedras como estátuas, estelas, shabits e vasos canópicos estejam ao menos parcialmente preservados. Dificilmente as múmias estarão inteiras. Em função da comoção gerada pelo incêndio, acredita-se que novas peças possam ser doadas ou adquiridas para se montar uma nova coleção.
O acervo egípcio do Museu Nacional era reconhecidamente o maior da América Latina, internacionalmente respeitado. Agora, resta no Brasil o pequeno acervo egípcio do Museu de Arqueologia e Etnologia da USP em São Paulo e as poucas peças originais no Museu Egípcio Rosacruz em Curitiba. O fato é que este desastre foi sentido por toda Egiptologia internacional.
Justamente no ano em que o Egito inaugurará o maior museu do mundo dedicado a uma única civilização, com as mais modernas tecnologias empregadas. O antigo Museu do Cairo era objeto de críticas por mais parecer um depósito de peças. Mas agora, o novo Museu, de dimensões faraônicas, mostrará ao mundo a importância que esta civilização teve no desenvolvimento da humanidade. Uma lição que o Brasil pode extrair para preservar melhor sua própria memória.
A importância do Antigo Egito para a humanidade
Se ainda resta alguma dúvida sobre a importância de se estudar o Antigo Egito, vale lembrar que eles foram o primeiro Estado a identificar-se com território e povo, muito antes de existir o que hoje chama-se “nação”. Tinham uma economia estatizada, forte e centralizada, um mercado interno e um comércio exterior integrado na geopolítica e nas rede caravanas e navegações da África, Mediterrâneo e Oriente Médio. Foram capazes de comandarem economicamente o desenvolvimento das forças produtivas materiais, tendo a máxima expressão na arquitetura com pedras, realizando “obras faraônicas” como pirâmides, palácios, templos colossais e cidades meticulosamente planejadas que eram erguidas e reerguidas no meio da paisagem. Produziram papiros, tinturas, metalurgia, barcos, carros de guerra, armas, tecidos, estatuária, cervejas, vinhos, pães e diversos tipos bens de consumo. Circunavegaram a África 2 mil anos antes dos portugueses e espanhóis.
Desenvolveram áreas do saber que hoje chamamos de matemática, geometria, gramática, história, geografia, química, biologia, medicina, engenharia, arquitetura e astronomia. Do ponto de vista teológico, as religiões judaica, cristã e islâmica beberam da fonte mitológica, literária e dos livros de sabedoria dos egípcios.
Grandes pensadores gregos como Pitágoras, Heráclito e Platão iam da Grécia, ainda pouco expressiva e em processo de formação cultural, ao glorioso Egito dos faraós, referência das antigas sabedorias.
Com o casamento da cultura greco-helenística com a egípcia, surgiu a Escola e Biblioteca de Alexandria. Lá, descobriram que a Terra era redonda, que a órbita dos planetas era elíptica e desenvolveram tanto a teoria geocêntrica quanto a heliocêntrica. Foram ainda os criadores da escrita que inspirou o primeiro alfabeto e criaram tradições literárias próprias que influenciaram diversos outros povos. Vale atentar-se que o Egito Antigo foi uma civilização africana.
Por tudo isto que Dom Pedro I e Dom Pedro II admiravam tanto o Antigo Egito. O mesmo ocorreu com Juscelino Kubtischek quando visitou as ruínas da cidade egípcia de Amarna, onde sonhou um dia ser um chefe de Estado capaz de construir uma capital numa área virgem. Inspirado na arqueoastronomia egípcia, o Plano Piloto de Brasília, criado por Lúcio Costa, é orientado para o Sol.
O prédio do Congresso Nacional alinha-se com o Oriente onde nasce o Astro Rei nos solstícios e equinócios. O mausoléu de JK está no Ocidente, na direção onde os egípcios costumavam sepultar seus mortos. Ele tem o formato de uma mastaba, como faziam os primeiros faraós, antes da era de ouro das Pirâmides ou das tumbas cavadas nos montes do Vale dos Reis.
Conclusão
Por mais que o Antigo Egito pareça uma civilização distante, seu legado influenciou a própria criação do Estado brasileiro no processo de consolidação da Independência. O ideal imperial, inspirado no Antigo Egito faraônico, norteou muitas civilizações. Ironicamente, o mesmo imperialismo que surgiu no Oriente Médio antigo, ao se tornar o projeto de potências europeias capitalistas, levou ao saque e à pilhagem dessas civilizações como forma de legitimar os regimes."
Para que esta área do conhecimento científico, tão pouco desenvolvida no Brasil tenha um futuro de resplendor, é preciso recuperar as peças que forem possíveis e construir uma campanha internacional para formar um novo acervo no Museu Nacional. Que este desastre ao menos tenha servido para se ganhar corações e mentes da população e das autoridades brasileiras para a importância dos museus e da preservação da memória coletiva de um povo.
Se existe um principal legado que os egípcios deixaram à humanidade é o do entendimento do significado da imortalidade. Na visão egípcia, algo só morre de fato quando deixa de ser mencionado.
Portanto, preservar a cultura material e os documentos escritos é uma forma de garantir a imortalidade de cada período da história mundial e do Brasil. Para que no futuro entendamos o passado o que levou à formações do presente. (Fonte: Vermelho/ por Thomas Henrique de Toledo Stella).
terça-feira, 2 de outubro de 2018
Arqueólogos encontram evidências da travessia dos hebreus do Egito até Israel
"A primeira evidência do relato bíblico do Êxodo pode ter sido encontrada em escavações próximas ao rio Jordão.
De acordo com a Bíblia, os israelitas foram conduzidos por Moisés do Egito até a terra prometida de Canaã, que abrange Israel nos tempos modernos. No entanto, muitos estudiosos têm questionado a falta de bases históricas que comprovem a travessia dos hebreus.
Contrariando o argumento de pesquisadores céticos, um novo estudo encontrou evidências históricas para o Êxodo em ruínas próximas ao rio Jordão. O local indicado por arqueólogos é Khirbet el-Mastarah, no Vale do Jordão, que se estende por Israel, Jordânia, Cisjordânia e chega ao sopé das Colinas de Golã.
De acordo com David Ben-Shlomo, arqueólogo da Universidade Ariel, esta pode ser a primeira evidência do relato bíblico. “Não provamos que esses campos são do período dos primeiros israelitas, mas é possível”, disse ao jornal britânico Daily Express nesta terça-feira (25).
Os arqueólogos Ben-Shlomo e seu parceiro de escavação americano, Ralph Hawkins, da Universidade Averett, estão analisando se as ruínas são consistentes com um povo nômade recém-chegado.
Entre as ruínas foi encontrado uma espécie de muro baixo que acredita-se ter sido usado como um cercado de pedras rudimentares para os animais — consistente com práticas nômades.
Além disso, fragmentos de cerâmica no local foram datados da Idade do Bronze (1400-1200 a.C.) ou da Idade do Ferro (1200-1000 a.C.), por volta da época associada à chegada dos israelitas.
Os arqueólogos disseram que isso poderia explicar por que os fragmentos de cerâmica foram encontrados fora, e não dentro, dos muros de pedra. “O chão das estruturas estava praticamente vazio de descobertas e, portanto, não poderíamos datá-los por métodos arqueológicos convencionais”, disseram eles.
“Nos assentamentos beduínos, as pessoas vivem em barracas feitas de [materiais] perecíveis que são realocados a cada estação, portanto, os artefatos não poderiam estar associados à arquitetura de pedra. Então, as estruturas podem ter abrigado animais, e não pessoas, que viviam nas tendas ao redor delas”, acrescentaram.
Região de nômades
O local, a oito quilômetros ao norte de Jericó, também faz mais sentido como um assentamento nômade do que permanente. Além de ser um local isolado, as temperaturas podem chegar facilmente a 45ºC e a precipitação de chuvas anual é de apenas 1 centímetro.
“A paisagem é árida na maior parte do tempo e até mesmo nos tempos modernos a maioria da população é beduína (nômades do deserto)”, disse Ben-Shlomo.
Agora os arqueólogos estão trabalhando para confirmar se o sítio é tão antigo quanto suspeitam. Amostras do solo de Khirbet el Mastarah foram enviadas para análise e amostras das paredes de pedra serão submetidas a testes que possam revelar sua idade. Os resultados são esperados em alguns meses.
Os arqueólogos também estão planejando escavar perto de Uja el-Foqa, que fica em uma colina com vista para o vale de Jericó, para determinar se o local pode estar ligado ao assentamento israelita da região.
No entanto, o trabalho ainda apresenta desafios — os arqueólogos precisam encontrar mais pistas culturais de que o local realmente pertencia aos israelitas. “É difícil, já que muitos aspectos da cultura de diferentes grupos (do leste ou oeste do rio Jordão) podem ser muito similares ou não indicativas o suficiente”, disse Ben-Shlomo." (Fonte: DAILY EXPRESS)
De acordo com a Bíblia, os israelitas foram conduzidos por Moisés do Egito até a terra prometida de Canaã, que abrange Israel nos tempos modernos. No entanto, muitos estudiosos têm questionado a falta de bases históricas que comprovem a travessia dos hebreus.
Contrariando o argumento de pesquisadores céticos, um novo estudo encontrou evidências históricas para o Êxodo em ruínas próximas ao rio Jordão. O local indicado por arqueólogos é Khirbet el-Mastarah, no Vale do Jordão, que se estende por Israel, Jordânia, Cisjordânia e chega ao sopé das Colinas de Golã.
De acordo com David Ben-Shlomo, arqueólogo da Universidade Ariel, esta pode ser a primeira evidência do relato bíblico. “Não provamos que esses campos são do período dos primeiros israelitas, mas é possível”, disse ao jornal britânico Daily Express nesta terça-feira (25).
Os arqueólogos Ben-Shlomo e seu parceiro de escavação americano, Ralph Hawkins, da Universidade Averett, estão analisando se as ruínas são consistentes com um povo nômade recém-chegado.
Entre as ruínas foi encontrado uma espécie de muro baixo que acredita-se ter sido usado como um cercado de pedras rudimentares para os animais — consistente com práticas nômades.
Além disso, fragmentos de cerâmica no local foram datados da Idade do Bronze (1400-1200 a.C.) ou da Idade do Ferro (1200-1000 a.C.), por volta da época associada à chegada dos israelitas.
Os arqueólogos disseram que isso poderia explicar por que os fragmentos de cerâmica foram encontrados fora, e não dentro, dos muros de pedra. “O chão das estruturas estava praticamente vazio de descobertas e, portanto, não poderíamos datá-los por métodos arqueológicos convencionais”, disseram eles.
“Nos assentamentos beduínos, as pessoas vivem em barracas feitas de [materiais] perecíveis que são realocados a cada estação, portanto, os artefatos não poderiam estar associados à arquitetura de pedra. Então, as estruturas podem ter abrigado animais, e não pessoas, que viviam nas tendas ao redor delas”, acrescentaram.
Região de nômades
O local, a oito quilômetros ao norte de Jericó, também faz mais sentido como um assentamento nômade do que permanente. Além de ser um local isolado, as temperaturas podem chegar facilmente a 45ºC e a precipitação de chuvas anual é de apenas 1 centímetro.
“A paisagem é árida na maior parte do tempo e até mesmo nos tempos modernos a maioria da população é beduína (nômades do deserto)”, disse Ben-Shlomo.
Agora os arqueólogos estão trabalhando para confirmar se o sítio é tão antigo quanto suspeitam. Amostras do solo de Khirbet el Mastarah foram enviadas para análise e amostras das paredes de pedra serão submetidas a testes que possam revelar sua idade. Os resultados são esperados em alguns meses.
Os arqueólogos também estão planejando escavar perto de Uja el-Foqa, que fica em uma colina com vista para o vale de Jericó, para determinar se o local pode estar ligado ao assentamento israelita da região.
No entanto, o trabalho ainda apresenta desafios — os arqueólogos precisam encontrar mais pistas culturais de que o local realmente pertencia aos israelitas. “É difícil, já que muitos aspectos da cultura de diferentes grupos (do leste ou oeste do rio Jordão) podem ser muito similares ou não indicativas o suficiente”, disse Ben-Shlomo." (Fonte: DAILY EXPRESS)
Fotos: The Jordan Valley Excavation Project
sábado, 22 de setembro de 2018
Constant Chevillon: toda a sua obra
Homem de grande coração, exemplar maçom, mártir da milícia francesa. Só ele estava destinado a esta jornada extraordinária, permanecendo para sempre como uma figura incontornável, às vezes polémico, às vezes idolatrado. Ele não era um ocultista, mas um grande espiritualista, que nos deixa a memória de um homem simples, mas profundo.
Ele será o tema central da Conferência Internacional da O.'.I.'.R.'.A.'.P.'.M.'.M.'. que decorrerá no próximo ano de 2019, em Lyon.
"Constant Chevillon (1880-1944) ... um homem para o nosso tempo"
... mais informações sobre a sua obra na "área reservada".
Ele será o tema central da Conferência Internacional da O.'.I.'.R.'.A.'.P.'.M.'.M.'. que decorrerá no próximo ano de 2019, em Lyon.
"Constant Chevillon (1880-1944) ... um homem para o nosso tempo"
... mais informações sobre a sua obra na "área reservada".
quarta-feira, 19 de setembro de 2018
Luzia, Maxakalisaurus, a múmia de Sha-Amun-in-su. O que se perdeu nas chamas do Museu Nacional do Rio
"As operações ainda não estão terminadas, mas a direção do museu acredita que 90% dos cerca de 20 milhões de peças estejam destruídos.
As nossas exposições estão fechadas em virtude do incêndio que destruiu grande parte das nossas coleções.” Apenas com uma frase, o Museu Nacional do Rio de Janeiro anuncia aquilo que parece óbvio, após o incêndio que destruiu o edifício do Palácio de São Cristóvão, que em tempos foi casa da família real portuguesa. Está dividido entre as áreas de arqueologia, paleontologia, antropologia, invertebrados e ainda emlaboratórios e salas de aula.
Oficialmente, ainda não se sabe ao certo o que sobreviveu ao incêndio. Ainda estão a decorrer os trabalhos de recuperação. “O meu calculo é que apenas 10% do acervo do museu resistiu, sobre a Luzia [o fóssil de hominideo mais antigo encontrado na América Latina] é impossível dizer se sobreviveu”, disse Cristina Serejo, vice-diretora do museu, citada pela imprensa brasileira. São mais de 20 milhões de peças – só cerca de três mil expostas, as restantes guardadas. Fazendo as contas, apenas dois milhões de peças devem ter sobrevivido, uma delas foi o meteoro Bendegó (o maior alguma vez encontrado no Brasil de com mais de cinco toneladas).
LUZIA: O FÓSSIL MAIS ANTIGO
Tem 12 mil anos e é fóssil de hominideo mais antigo da América Latina. Luzia, assim batizada em homenagem a Lucy (o mais antigo do mundo, com 3,2 milhões de anos ), está desaparecida. No momento do incêndio não se encontrava em exposição, estava guardada dentro de uma caixa num armário. Tal como o fóssil, também a reconstituição do crânio que o costuma acompanhar ainda não foi encontrada. Luzia destaca-se pelas suas feições, que faziam lembrar os atuais aborígenes australianos. Esta tem sido das peças com maior destaque nos meios de comunicação social
Segundo a Associated Press, o fóssil foi descoberto numas escavações em Belo Horizonte, em 1975. Esteve guardado por cerca de 20 anos e só em meados dos anos 90 do século passado os cientistas determinaram que se tratava do mais antigo fóssil alguma vez descoberto em território americano. Embora não tão antigos como a Luzia, existem crânios parecidos na Universidade de São Paulo e na Dinamarca, refere “A Folha de São Paulo”.
“PEÇA DA COROAÇÃO”: A LIGAÇÃO A PORTUGAL
Cunhada em 1822 pelo rei português e imperador brasileiro D. Pedro I, a “Peça da Coroação” é considerada uma das maiores raridades que se encontravam no Museu Nacional do Rio de Janeiro. É a primeira moeda do Brasil independente. Na época foram emitidos 64 exemplares em ouro de 22 quilates, hoje são conhecidos apenas 16 - um deles está no Museu Numismático Português, em Lisboa.
MAXAKALISAURUS TAPAI, O DINOSSAURO
A sua reconstrução demorou dez anos e era uma das mais populares atrações do museu. O esqueleto de 13 metros do Maxakalisaurus tapai, um dinossauro herbívoro que viveu há cerca de 80 milhões de anos na América do Sul, foi encontrado em 1998 numa escavação perto de Minas Gerais. Segundo o jornal brasileiro “Estadão”, o museu tinha acabado de realizar uma petição para renovar a área em que o fóssil estava em exposição. Entre a coleção de fósseis de dinossauros há ainda pterossauros, répteis voadores.
ANTIGO EGITO
Foi durante a liderança de D. Pedro I que as 700 peças referentes ao antigo Egito começaram a chegar ao museu. Nos dias de hoje, era a maior coleção de antiguidades egípcias na América do Sul. Grande parte, refere o “Estadão”, eram oriundas das cidades de Trebas e Abidos: estelas, estátuas, caixões e múmias, entre outras raridades.
MÚMIA: O PRESENTE PARA O REI
O sarcófago Sha- Amun-en-su foi um presente dado a D. Pedro II pelo vice-rei do Egito, o Quediva Ismail, em 1876, durante uma visita ao Médio Oriente. O caixão pintado da “Cantora de Amon” esteve no gabinete de D. Pedro II até à à proclamação da República Brasileira e só depois foi levado para completar a coleção. “O exame tomográfico realizado na múmia de Sha-Amun-in-su revelou a presença de amuletos no interior do caixão, entre eles um escaravelho-coração”, descreve o museu na sua página. É datado de 750 a.C.
POVO INDÍGENA
Outra das exposições do museu é dedicada à cultura indígena, sendo uma das peças mais importantes os corpos mumificados de um adulto e de duas crianças, refere a Associeted Press. Além disso, a coleção incluiu ainda muitos outros objetos como arcos e flechas de diferentes indígenas." (Fonte: Expresso)
As nossas exposições estão fechadas em virtude do incêndio que destruiu grande parte das nossas coleções.” Apenas com uma frase, o Museu Nacional do Rio de Janeiro anuncia aquilo que parece óbvio, após o incêndio que destruiu o edifício do Palácio de São Cristóvão, que em tempos foi casa da família real portuguesa. Está dividido entre as áreas de arqueologia, paleontologia, antropologia, invertebrados e ainda emlaboratórios e salas de aula.
Oficialmente, ainda não se sabe ao certo o que sobreviveu ao incêndio. Ainda estão a decorrer os trabalhos de recuperação. “O meu calculo é que apenas 10% do acervo do museu resistiu, sobre a Luzia [o fóssil de hominideo mais antigo encontrado na América Latina] é impossível dizer se sobreviveu”, disse Cristina Serejo, vice-diretora do museu, citada pela imprensa brasileira. São mais de 20 milhões de peças – só cerca de três mil expostas, as restantes guardadas. Fazendo as contas, apenas dois milhões de peças devem ter sobrevivido, uma delas foi o meteoro Bendegó (o maior alguma vez encontrado no Brasil de com mais de cinco toneladas).
LUZIA: O FÓSSIL MAIS ANTIGO
Tem 12 mil anos e é fóssil de hominideo mais antigo da América Latina. Luzia, assim batizada em homenagem a Lucy (o mais antigo do mundo, com 3,2 milhões de anos ), está desaparecida. No momento do incêndio não se encontrava em exposição, estava guardada dentro de uma caixa num armário. Tal como o fóssil, também a reconstituição do crânio que o costuma acompanhar ainda não foi encontrada. Luzia destaca-se pelas suas feições, que faziam lembrar os atuais aborígenes australianos. Esta tem sido das peças com maior destaque nos meios de comunicação social
Segundo a Associated Press, o fóssil foi descoberto numas escavações em Belo Horizonte, em 1975. Esteve guardado por cerca de 20 anos e só em meados dos anos 90 do século passado os cientistas determinaram que se tratava do mais antigo fóssil alguma vez descoberto em território americano. Embora não tão antigos como a Luzia, existem crânios parecidos na Universidade de São Paulo e na Dinamarca, refere “A Folha de São Paulo”.
“PEÇA DA COROAÇÃO”: A LIGAÇÃO A PORTUGAL
Cunhada em 1822 pelo rei português e imperador brasileiro D. Pedro I, a “Peça da Coroação” é considerada uma das maiores raridades que se encontravam no Museu Nacional do Rio de Janeiro. É a primeira moeda do Brasil independente. Na época foram emitidos 64 exemplares em ouro de 22 quilates, hoje são conhecidos apenas 16 - um deles está no Museu Numismático Português, em Lisboa.
MAXAKALISAURUS TAPAI, O DINOSSAURO
A sua reconstrução demorou dez anos e era uma das mais populares atrações do museu. O esqueleto de 13 metros do Maxakalisaurus tapai, um dinossauro herbívoro que viveu há cerca de 80 milhões de anos na América do Sul, foi encontrado em 1998 numa escavação perto de Minas Gerais. Segundo o jornal brasileiro “Estadão”, o museu tinha acabado de realizar uma petição para renovar a área em que o fóssil estava em exposição. Entre a coleção de fósseis de dinossauros há ainda pterossauros, répteis voadores.
ANTIGO EGITO
Foi durante a liderança de D. Pedro I que as 700 peças referentes ao antigo Egito começaram a chegar ao museu. Nos dias de hoje, era a maior coleção de antiguidades egípcias na América do Sul. Grande parte, refere o “Estadão”, eram oriundas das cidades de Trebas e Abidos: estelas, estátuas, caixões e múmias, entre outras raridades.
MÚMIA: O PRESENTE PARA O REI
O sarcófago Sha- Amun-en-su foi um presente dado a D. Pedro II pelo vice-rei do Egito, o Quediva Ismail, em 1876, durante uma visita ao Médio Oriente. O caixão pintado da “Cantora de Amon” esteve no gabinete de D. Pedro II até à à proclamação da República Brasileira e só depois foi levado para completar a coleção. “O exame tomográfico realizado na múmia de Sha-Amun-in-su revelou a presença de amuletos no interior do caixão, entre eles um escaravelho-coração”, descreve o museu na sua página. É datado de 750 a.C.
POVO INDÍGENA
Outra das exposições do museu é dedicada à cultura indígena, sendo uma das peças mais importantes os corpos mumificados de um adulto e de duas crianças, refere a Associeted Press. Além disso, a coleção incluiu ainda muitos outros objetos como arcos e flechas de diferentes indígenas." (Fonte: Expresso)
Fotos: Mauro Pimentel / GETTUY IMAGES
quinta-feira, 13 de setembro de 2018
Os cientistas já sabem (quase) tudo sobre as múmias do sarcófago negro do Egito
"No início de julho, um enorme sarcófago negro foi descoberto em Alexandria, no Egito. O misterioso túmulo foi aberto dias depois e os especialistas identificaram no seu interior três múmias danificadas pela água que se tinha infiltrado.
Após três semanas de trabalho intenso, um grupo de especialistas egípcios, liderados pela investigadora Zeinab Hasheesh, conseguiu determinar a idade, o sexo e a altura das múmias encontradas.
De acordo com os investigadores, o sarcófago tinha no seu interior dois homens e uma mulher. Um dos homens, tinha entre 35 e 39 anos e media, aproximadamente, 1,60 a ,1,65 metros; já o segundo, possuía uma estrutura física mais forte, tinha entre 40 e 44 anos e media entre 1,79 e 1,84 metros.
Segundo a localização dos restos no túmulo, os investigadores supõem que os corpos foram enterrados em duas etapas distintas.
A mais antiga intervenção cirúrgica
Mas as descobertas não ficaram por aqui. Os investigadores encontraram ainda um buraco com cerca de 1,7 centímetros de largura na zona posterior do crânio de um dos homens. A incisão revela que o homem viveu durante muito tempo com essa cavidade no cérebro – ou seja, o buraco foi resultado de uma intervenção cirúrgica.
A incisão neste crânio é “umas das práticas médicas mais antigas utilizadas pela humanidade, mas raramente era aplicada no Antigo Egito, onde se encontram poucos crânios com vestígios de operação”, explicou Hasheesh.
No futuro, os cientistas tencionam continuar a estudar os restos encontrados no misterioso sarcófago negro através de exames de ADN que ajudarão a determinar o grau de parentesco entre os três indivíduos. O líquido extraído de dentro do sarcófago também será analisado.
Descobertas 3 inscrições no sarcófago
Foram ainda encontradas três inscrições, gravadas em folhas de ouro, no túmulo. A Live Science ouviu vários especialistas que não estiveram envolvidos na investigação, para tentar compreender o significado do desenhos encontrados.
Um dos desenhos é uma cobra, revelou Jack Ogden, presidente da Sociedade de Historiadores de Jóias, especialistas em joelharia de ouro egípcia.
O investigador relembrou que as cobras era muito utilizadas nas jóias egípcias, relembrando que estes animais estão relacionadas com o “renascimento – uma vez que trocam a sua pele – e, por isso, são perfeitas para uma cerimónia fúnebre”.
Jack Ogden relembrou ainda que as serpentes estavam “aparentemente associadas à Deusa Ísis“. “Regra geral, parece que as jóias com cobras eram, na sua maioria, associadas à mulheres. No entanto, não posso afirmar que a cobra aqui inscrita estivesse associada à mulher aqui sepultada”, acrescentou.
O segundo e mais enigmático desenho mostra o que pode ser uma semente de uma papoila de ópio no interior de um santuário. Ogden enfatiza, contudo, que não há certezas sobre o que possa significar.
“O ópio parece ter sido bastante usado no Egito greco-romano para fins medicinais, mas pode haver alguma conexão – pelo menos na mentalidade antiga – relativamente às suas qualidades na indução do sono e dos sonhos bem como, na morte e renascimento”, explicou Ogden. “É intrigante”, rematou.
O terceiro desenho mostra um ramo de uma palmeira ou uma espiga de milho, ambos normalmente associados “à fertilidade a ao renascimento”, concluiu.
O misterioso e enorme túmulo foi descoberto no início do mês de julho e, desde então, multiplicaram-se especulações sobre o que estaria lá dentro.
O sarcófago de 30 toneladas foi datado pouco depois da morte de Alexandre, o Grande, que conquistou a área em 332 a.C., e, por isso, alguns investigadores acreditavam que pudesse conter os restos mortais do rei da Macedónia. Outros, menos céticos, acreditavam que a abertura do túmulo selado há mais de 2 mil anos podia trazer uma maldição mortal.
Na verdade, o túmulo “escondia” três múmias envolvidas em água suja do esgoto. O líquido deve ter-se infiltrado, acelerando o processo de decomposição dos corpos." (Fonte: ZAP)
Os cientistas acreditam que se trata de uma sepultura do do período ptolemaico, que começou logo após a morte de Alexandre, o Grande, em 323 a.C.
Após três semanas de trabalho intenso, um grupo de especialistas egípcios, liderados pela investigadora Zeinab Hasheesh, conseguiu determinar a idade, o sexo e a altura das múmias encontradas.
De acordo com os investigadores, o sarcófago tinha no seu interior dois homens e uma mulher. Um dos homens, tinha entre 35 e 39 anos e media, aproximadamente, 1,60 a ,1,65 metros; já o segundo, possuía uma estrutura física mais forte, tinha entre 40 e 44 anos e media entre 1,79 e 1,84 metros.
A mulher tinha cerca de 20 a 25 anos e media entre 1,60 a 1,64 metros, aponta o Ministério das Antiguidades do Egito.
Segundo a localização dos restos no túmulo, os investigadores supõem que os corpos foram enterrados em duas etapas distintas.
A mais antiga intervenção cirúrgica
Mas as descobertas não ficaram por aqui. Os investigadores encontraram ainda um buraco com cerca de 1,7 centímetros de largura na zona posterior do crânio de um dos homens. A incisão revela que o homem viveu durante muito tempo com essa cavidade no cérebro – ou seja, o buraco foi resultado de uma intervenção cirúrgica.
A incisão neste crânio é “umas das práticas médicas mais antigas utilizadas pela humanidade, mas raramente era aplicada no Antigo Egito, onde se encontram poucos crânios com vestígios de operação”, explicou Hasheesh.
No futuro, os cientistas tencionam continuar a estudar os restos encontrados no misterioso sarcófago negro através de exames de ADN que ajudarão a determinar o grau de parentesco entre os três indivíduos. O líquido extraído de dentro do sarcófago também será analisado.
Descobertas 3 inscrições no sarcófago
Foram ainda encontradas três inscrições, gravadas em folhas de ouro, no túmulo. A Live Science ouviu vários especialistas que não estiveram envolvidos na investigação, para tentar compreender o significado do desenhos encontrados.
Um dos desenhos é uma cobra, revelou Jack Ogden, presidente da Sociedade de Historiadores de Jóias, especialistas em joelharia de ouro egípcia.
O investigador relembrou que as cobras era muito utilizadas nas jóias egípcias, relembrando que estes animais estão relacionadas com o “renascimento – uma vez que trocam a sua pele – e, por isso, são perfeitas para uma cerimónia fúnebre”.
Jack Ogden relembrou ainda que as serpentes estavam “aparentemente associadas à Deusa Ísis“. “Regra geral, parece que as jóias com cobras eram, na sua maioria, associadas à mulheres. No entanto, não posso afirmar que a cobra aqui inscrita estivesse associada à mulher aqui sepultada”, acrescentou.
O segundo e mais enigmático desenho mostra o que pode ser uma semente de uma papoila de ópio no interior de um santuário. Ogden enfatiza, contudo, que não há certezas sobre o que possa significar.
“O ópio parece ter sido bastante usado no Egito greco-romano para fins medicinais, mas pode haver alguma conexão – pelo menos na mentalidade antiga – relativamente às suas qualidades na indução do sono e dos sonhos bem como, na morte e renascimento”, explicou Ogden. “É intrigante”, rematou.
O terceiro desenho mostra um ramo de uma palmeira ou uma espiga de milho, ambos normalmente associados “à fertilidade a ao renascimento”, concluiu.
O misterioso e enorme túmulo foi descoberto no início do mês de julho e, desde então, multiplicaram-se especulações sobre o que estaria lá dentro.
O sarcófago de 30 toneladas foi datado pouco depois da morte de Alexandre, o Grande, que conquistou a área em 332 a.C., e, por isso, alguns investigadores acreditavam que pudesse conter os restos mortais do rei da Macedónia. Outros, menos céticos, acreditavam que a abertura do túmulo selado há mais de 2 mil anos podia trazer uma maldição mortal.
Na verdade, o túmulo “escondia” três múmias envolvidas em água suja do esgoto. O líquido deve ter-se infiltrado, acelerando o processo de decomposição dos corpos." (Fonte: ZAP)
Fotos: Ministério de Antiguidades do Egito
terça-feira, 11 de setembro de 2018
Queijo mais antigo do mundo encontrado em túmulo egípcio
"Amostra recolhida indica que queijo poderá estar contaminado com a bactéria da febre mediterrânica.
Um grupo de investigadores descobriu dentro de um túmulo em Sacará, no Egito, o queijo mais antigo do mundo. com evidências de uma bactéria que pode causar brucelose, também conhecida como febre mediterrânica, e que se propaga em produtos lácteos não pasteurizados, de acordo com um estudo publicado na revista da Sociedade Americana de Química.
De acordo com a Europa Press, o túmulo de Ptahmes, um escriba e chefe do exército egípcio há 3.200 anos, foi saqueado no século XIX e redescoberto em 2010. Dentro de um dos frascos partidos que estavam dentro da sepultura foi encontrada uma massa branca solidificada.
Uma amostra desse achado foi analisada e os investigadores descobriram, segundo revelam agora no estudo publicado, que se tratava um queijo, feito com leite de vaca e de ovelha ou cabra. Mas mais que o queijo, a investigação revelou que o queijo poderá estar contaminado com a "Brucella melitensis", uma bactéria que causa brucelose, uma doença potencialmente mortal que se propaga em pessoas e animais e que costuma surgir, geralmente, em produtos lácteos não pasteurizados. Se a análise preliminar se comprovar, a amostra poderá representar a prova mais antiga da existência da doença.
O estudo foi financiado pelo Ministério da Educação, Universidade e Investigação de Itália, pela Universidade de Catânia, em Itália, e pela Universidade do Cairo, no Egipto." (Fonte: www.udjat.pt)
Um grupo de investigadores descobriu dentro de um túmulo em Sacará, no Egito, o queijo mais antigo do mundo. com evidências de uma bactéria que pode causar brucelose, também conhecida como febre mediterrânica, e que se propaga em produtos lácteos não pasteurizados, de acordo com um estudo publicado na revista da Sociedade Americana de Química.
De acordo com a Europa Press, o túmulo de Ptahmes, um escriba e chefe do exército egípcio há 3.200 anos, foi saqueado no século XIX e redescoberto em 2010. Dentro de um dos frascos partidos que estavam dentro da sepultura foi encontrada uma massa branca solidificada.
Uma amostra desse achado foi analisada e os investigadores descobriram, segundo revelam agora no estudo publicado, que se tratava um queijo, feito com leite de vaca e de ovelha ou cabra. Mas mais que o queijo, a investigação revelou que o queijo poderá estar contaminado com a "Brucella melitensis", uma bactéria que causa brucelose, uma doença potencialmente mortal que se propaga em pessoas e animais e que costuma surgir, geralmente, em produtos lácteos não pasteurizados. Se a análise preliminar se comprovar, a amostra poderá representar a prova mais antiga da existência da doença.
O estudo foi financiado pelo Ministério da Educação, Universidade e Investigação de Itália, pela Universidade de Catânia, em Itália, e pela Universidade do Cairo, no Egipto." (Fonte: www.udjat.pt)
A origem da mumificação no Egito vem de muito antes da Era dos Faraós
"As primeiras múmias geralmente são associadas com o Velho Reino do Antigo Egito, mas como uma investigação intensiva de múmias de 5.600 anos de idade confirma, os métodos utilizados para essa prática funeral icônica vêm de muito antes da era dos faraós.
Pensava-se que a prática de mumificação e as técnicas usadas para embalsamar (como o uso de resinas) tinham se originado no Velho Reino do Antigo Egito (também conhecido como “Era das Pirâmides”), em torno de 2500 a.C. Mas essa interpretação foi desafiada por uma análise de 2014de tecidos funerários encontrados na região sul do Egito, em Mostagedda, que empurrou a origem da mumificação egípcia 1.500 anos para trás.
A nova pesquisa, publicada nesta semana no periódico Journal of Archaeological Science pelo mesmo grupo de cientistas, amplia o nosso conhecimento sobre como e quando a prática de mumificação foi desenvolvida no Egito Antigo, incluindo os agentes utilizados no processo de embalsamamento. O novo estudo confirma a data de origem proposta no trabalho anterior, mas ao contrário da análise de 2014 dos tecidos funerários, essa última pesquisa foi conduzida na própria múmia. E isso nem é o mais significativo.
“Embora a múmia não seja a primeira evidência a revelar os agentes formativos do embalsamento que datam de cerca de 4300 a.C., é o primeiro objeto intacto que revela uma parte vital do processo icônico que depois se tornaria a mumificação faraônica egípcia”, disse Stephen Buckley, arqueólogo da Universidade de York e co-autor do novo estudo, ao Gizmodo.
A múmia em questão é conhecida como Múmia S. 293 (RCGE 16550), e tem sido estudada por cientistas há mais de um século. Ela esteve exposta do Museu Egípcio em Turim desde 1901. A múmia é única por nunca ter sido exposta a tratamentos de conservação; sua condição imaculada faz dela um objeto ideal para análise científica.
Anteriormente, cientistas assumiram incorretamente que a Múmia S. 293 tinha sido mumificada naturalmente pelas condições quentes e secas do deserto, um processo conhecido como dessecação. A nova pesquisa mostra que esse não é o caso – a múmia foi produzida por embalsamadores que empregaram uma mistura de óleo de plantas, resina de coníferas aquecida, um extrato de planta aromática e uma goma/açúcar de plantas. Juntos, esses ingredientes tinham propriedades antibacterianas muito potentes.
“Pela primeira vez identificamos o que pode ser descrito como uma ‘receita de embalsamento’ egípcia – basicamente a mesma receita antibacteriana que se tornaria parte vital da mumificação durante o período faraônico perto de 3100 a.C.”, disse Buckley.
Utilizando microscópios, os pesquisadores examinaram os tecidos ao redor da múmia, enquanto uma análise química foi realizada para identificar os ingredientes da receita de embalsamento. Uma análise genética foi feita para identificar tanto o DNA humano quanto o não-humano (como material vegetal) associados à múmia. Nenhum DNA humano foi extraído do espécime, provavelmente resultado da exposição excessiva no museu.
O método de datação por radiocarbono definiu a origem da múmia entre os anos 3650 e 3380 a.C. Utilizando outra evidência, como as mudanças conhecidas da tecnologia têxtil egípcia, os autores estreitaram a data para algo entre 3650 a 3500 a.C. Uma análise do desgaste dentário sugere que a múmia tinha entre 20 a 30 anos de idade quando morreu.
A receita de embalsamento foi surpreendentemente similar a uma utilizada 2500 anos depois, quando a mumificação egípcia atingiu o seu pico cultural. Essa similaridade aponta para uma visão compartilhada da morte e de vida após a morte cerca de 500 anos antes de o Egito se tornar a primeira nação-estado do mundo, disse Buckley.
De fato, essa técnica de mumificação data do estágio de Naqada da pré-história egípcia, que aconteceu substancialmente antes do Período Faraônico. Mas as análises também revelaram o uso de uma resina de coníferas antibacteriana que não é nativa do Egito. Esse composto deve ter sido importado, provavelmente do Oriente Próximo, onde atualmente está Israel e a Palestina.
“Isso é importante para o nosso entendimento da extensão do comércio antigo nesse período – sabíamos que existia comércio entre o Egito e o Oriente Próximo, mas a negociação de resinas de vegetais entre o Oriente Próximo e o sul do Egito é uma adição bem útil ao que sabíamos”, disse Buckley ao Gizmodo. “E sendo notavelmente semelhante aos enterros pré-históricos que datam de 4300 a.C. a 3100 a.C. em Mostagedda, se torna uma primeira indicação de que a receita de embalsamamento estava sendo utilizada em uma área geográfica mais ampla numa época em que o conceito de identidade pan-egípcia supostamente ainda estava em desenvolvimento“.
Múmias como essa são extremamente raras. Essa pesquisa nos dá uma visão importante das tecnologia empregadas pelos egípcios antigos, e da influência marcante da cultura do Egípcio pré-dinástico nos períodos subsequentes. Como mostra esse estudo, até a história antiga tem sua história antiga." (Fonte: www.udjat)
Pensava-se que a prática de mumificação e as técnicas usadas para embalsamar (como o uso de resinas) tinham se originado no Velho Reino do Antigo Egito (também conhecido como “Era das Pirâmides”), em torno de 2500 a.C. Mas essa interpretação foi desafiada por uma análise de 2014de tecidos funerários encontrados na região sul do Egito, em Mostagedda, que empurrou a origem da mumificação egípcia 1.500 anos para trás.
A nova pesquisa, publicada nesta semana no periódico Journal of Archaeological Science pelo mesmo grupo de cientistas, amplia o nosso conhecimento sobre como e quando a prática de mumificação foi desenvolvida no Egito Antigo, incluindo os agentes utilizados no processo de embalsamamento. O novo estudo confirma a data de origem proposta no trabalho anterior, mas ao contrário da análise de 2014 dos tecidos funerários, essa última pesquisa foi conduzida na própria múmia. E isso nem é o mais significativo.
“Embora a múmia não seja a primeira evidência a revelar os agentes formativos do embalsamento que datam de cerca de 4300 a.C., é o primeiro objeto intacto que revela uma parte vital do processo icônico que depois se tornaria a mumificação faraônica egípcia”, disse Stephen Buckley, arqueólogo da Universidade de York e co-autor do novo estudo, ao Gizmodo.
A múmia em questão é conhecida como Múmia S. 293 (RCGE 16550), e tem sido estudada por cientistas há mais de um século. Ela esteve exposta do Museu Egípcio em Turim desde 1901. A múmia é única por nunca ter sido exposta a tratamentos de conservação; sua condição imaculada faz dela um objeto ideal para análise científica.
Anteriormente, cientistas assumiram incorretamente que a Múmia S. 293 tinha sido mumificada naturalmente pelas condições quentes e secas do deserto, um processo conhecido como dessecação. A nova pesquisa mostra que esse não é o caso – a múmia foi produzida por embalsamadores que empregaram uma mistura de óleo de plantas, resina de coníferas aquecida, um extrato de planta aromática e uma goma/açúcar de plantas. Juntos, esses ingredientes tinham propriedades antibacterianas muito potentes.
“Pela primeira vez identificamos o que pode ser descrito como uma ‘receita de embalsamento’ egípcia – basicamente a mesma receita antibacteriana que se tornaria parte vital da mumificação durante o período faraônico perto de 3100 a.C.”, disse Buckley.
Utilizando microscópios, os pesquisadores examinaram os tecidos ao redor da múmia, enquanto uma análise química foi realizada para identificar os ingredientes da receita de embalsamento. Uma análise genética foi feita para identificar tanto o DNA humano quanto o não-humano (como material vegetal) associados à múmia. Nenhum DNA humano foi extraído do espécime, provavelmente resultado da exposição excessiva no museu.
O método de datação por radiocarbono definiu a origem da múmia entre os anos 3650 e 3380 a.C. Utilizando outra evidência, como as mudanças conhecidas da tecnologia têxtil egípcia, os autores estreitaram a data para algo entre 3650 a 3500 a.C. Uma análise do desgaste dentário sugere que a múmia tinha entre 20 a 30 anos de idade quando morreu.
A receita de embalsamento foi surpreendentemente similar a uma utilizada 2500 anos depois, quando a mumificação egípcia atingiu o seu pico cultural. Essa similaridade aponta para uma visão compartilhada da morte e de vida após a morte cerca de 500 anos antes de o Egito se tornar a primeira nação-estado do mundo, disse Buckley.
De fato, essa técnica de mumificação data do estágio de Naqada da pré-história egípcia, que aconteceu substancialmente antes do Período Faraônico. Mas as análises também revelaram o uso de uma resina de coníferas antibacteriana que não é nativa do Egito. Esse composto deve ter sido importado, provavelmente do Oriente Próximo, onde atualmente está Israel e a Palestina.
“Isso é importante para o nosso entendimento da extensão do comércio antigo nesse período – sabíamos que existia comércio entre o Egito e o Oriente Próximo, mas a negociação de resinas de vegetais entre o Oriente Próximo e o sul do Egito é uma adição bem útil ao que sabíamos”, disse Buckley ao Gizmodo. “E sendo notavelmente semelhante aos enterros pré-históricos que datam de 4300 a.C. a 3100 a.C. em Mostagedda, se torna uma primeira indicação de que a receita de embalsamamento estava sendo utilizada em uma área geográfica mais ampla numa época em que o conceito de identidade pan-egípcia supostamente ainda estava em desenvolvimento“.
Múmias como essa são extremamente raras. Essa pesquisa nos dá uma visão importante das tecnologia empregadas pelos egípcios antigos, e da influência marcante da cultura do Egípcio pré-dinástico nos períodos subsequentes. Como mostra esse estudo, até a história antiga tem sua história antiga." (Fonte: www.udjat)
Fotos: Múmia S. 293 (RCGE 16550). Crédito: Egyptian Museum, Turin/J. Jones et al., 2018 e Stephen Buckley/Universidade de York
domingo, 9 de setembro de 2018
Sarcófago encontrado no Egito pode ser de Alexandre, o Grande
"A descoberta de um sarcófago de granito preto na cidade de Alexandria, no Egito, no dia 1º de julho, causou frenesi em todo o mundo. Ele é o maior já descoberto na região e deve ser aberto nos próximos dias, depois de permanecer intacto por mais de dois mil anos. O artefato, que mede 2,7 m de comprimento e 1,65 m de largura, pesa cerca de 30 toneladas, não tinha nenhuma inscrição ou identificação, apenas uma cabeça de homem feita de alabastro (pedra muito usada pelos antigos egípcios). Agora, arqueólogos acreditam que o "misterioso" objeto pode pertencer ao lendário Alexandre, o Grande – ou Alexandre Magno, governou o grande império da Macedônia entre 332 a.C. a 323 a.C.
A tumba de granito foi encontrada durante escavações de rotina realizadas antes da autorização de construção de um edifício em Alexandria, que fica a cerca de 200 km ao norte do Cairo, capital do Egito.
Em uma entrevista para o jornal inglês The Telegraph, o famoso arqueólogo egípcio Zahi Hawass, ex-secretário-geral do Conselho Supremo de Antiguidades do Egito, assegurou que o fato de o sarcófago ter sido feito de granito mostra a importância social do seu proprietário, principalmente porque Asuan, a cidade de onde a rocha possivelmente foi extraída, se situa a mais de mil km de distância de Alexandria.
No entanto, sem abrir a tumba, há poucas informações sobre a identidade do homem que foi enterrado nela, já que a cabeça de pedra encontrada junto dela está muito desgastada pela ação do tempo. Além disso, o sarcófago não contém nenhum indício que possa ajudar a identificar o dono. Os arqueólogos estimam que ele pertença a um cidadão nobre ou rico que viveu no Reino Ptolomaico, entre 323 e 30 a.C. – começou com a ascensão de Ptolemeu I Sóter após a morte de Alexandre, o Grande, em 323 a. C. e terminou com a morte de Cleópatra VII e a conquista romana em 30 a.C.
Tumba de Alexandre
Ao longo de centenas de anos, arqueólogos e exploradores de todo o mundo tentam encontrar a tumba do antigo imperador da Macedônia, mas, até agora, sem êxito.
Estima-se que houve pelo menos 140 tentativas malsucedidas de encontrar seu paradeiro, mas o achado em Alexandria sugere a possibilidade de se ter descoberto algo importante, podendo ser até mesmo os restos mortais do famigerado lídero macedônico.
"Todo o mundo está procurando a tumba de Alexandre. Temos certeza de que ele foi enterrado em Alexandria. E a descoberta do sarcófago demonstra que, um dia, quando se estiver demolindo uma vila ou uma casa, pode ser encontrada sua tumba", comenta Zahi Hawass ao The Telegraph.
Contudo, abrir o sarcófago pela primeira vez exigirá muito trabalho preliminar. "É arriscado abri-lo de imediato, temos que nos preparar", afirma Ayman Ashmawy, alto funcionário do Ministério de Antiguidades do Egito, também em entrevista para o jornal inglês, explicando que a tumba deverá ser aberta no local onde foi encontrada.
"É difícil movê-lo intacto e abri-lo num museu. O artefato está a cinco metros de profundidade e pesa mais de 30 toneladas. Somente a tampa dele pesa 15 toneladas", acrescenta Ashmawy.
Nas próximas semanas, uma equipe de engenheiros visitará o local levando equipamentos pesados e suportes estruturais a fim de remover a tampa do sarcófago. Em seguida, serão chamados especialistas em mumificação e restauração para garantir que o conteúdo seja devidamente preservado, uma vez que será exposto ao ar livre pela primeira vez em milênios." (Fonte: Sputnik e Revista Encontro)
A tumba de granito foi encontrada durante escavações de rotina realizadas antes da autorização de construção de um edifício em Alexandria, que fica a cerca de 200 km ao norte do Cairo, capital do Egito.
Em uma entrevista para o jornal inglês The Telegraph, o famoso arqueólogo egípcio Zahi Hawass, ex-secretário-geral do Conselho Supremo de Antiguidades do Egito, assegurou que o fato de o sarcófago ter sido feito de granito mostra a importância social do seu proprietário, principalmente porque Asuan, a cidade de onde a rocha possivelmente foi extraída, se situa a mais de mil km de distância de Alexandria.
No entanto, sem abrir a tumba, há poucas informações sobre a identidade do homem que foi enterrado nela, já que a cabeça de pedra encontrada junto dela está muito desgastada pela ação do tempo. Além disso, o sarcófago não contém nenhum indício que possa ajudar a identificar o dono. Os arqueólogos estimam que ele pertença a um cidadão nobre ou rico que viveu no Reino Ptolomaico, entre 323 e 30 a.C. – começou com a ascensão de Ptolemeu I Sóter após a morte de Alexandre, o Grande, em 323 a. C. e terminou com a morte de Cleópatra VII e a conquista romana em 30 a.C.
Tumba de Alexandre
Ao longo de centenas de anos, arqueólogos e exploradores de todo o mundo tentam encontrar a tumba do antigo imperador da Macedônia, mas, até agora, sem êxito.
Estima-se que houve pelo menos 140 tentativas malsucedidas de encontrar seu paradeiro, mas o achado em Alexandria sugere a possibilidade de se ter descoberto algo importante, podendo ser até mesmo os restos mortais do famigerado lídero macedônico.
"Todo o mundo está procurando a tumba de Alexandre. Temos certeza de que ele foi enterrado em Alexandria. E a descoberta do sarcófago demonstra que, um dia, quando se estiver demolindo uma vila ou uma casa, pode ser encontrada sua tumba", comenta Zahi Hawass ao The Telegraph.
Contudo, abrir o sarcófago pela primeira vez exigirá muito trabalho preliminar. "É arriscado abri-lo de imediato, temos que nos preparar", afirma Ayman Ashmawy, alto funcionário do Ministério de Antiguidades do Egito, também em entrevista para o jornal inglês, explicando que a tumba deverá ser aberta no local onde foi encontrada.
"É difícil movê-lo intacto e abri-lo num museu. O artefato está a cinco metros de profundidade e pesa mais de 30 toneladas. Somente a tampa dele pesa 15 toneladas", acrescenta Ashmawy.
Nas próximas semanas, uma equipe de engenheiros visitará o local levando equipamentos pesados e suportes estruturais a fim de remover a tampa do sarcófago. Em seguida, serão chamados especialistas em mumificação e restauração para garantir que o conteúdo seja devidamente preservado, uma vez que será exposto ao ar livre pela primeira vez em milênios." (Fonte: Sputnik e Revista Encontro)
Fotos: Ministry of Antiquities of Egypt
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