domingo, 11 de março de 2018

Hermes Trimegisto – O Princípio do Género

Para começar, enuncio esta citação do nosso Hermes Trismegisto:
“o género está em tudo; tudo tem os seus princípios masculino e feminino; o género se manifesta em todos os planos”
Na tentativa de perceber o que ele nos queria ensinar com esta sua reflexão podemos primeiramente entender que o principio do género que aqui estudo está presente em tudo, e no campo da leveza encontramos o masculino e feminino que, após uma evolução e verdadeira maturação chegamos ao Uno, os dois se tornarem um, a essência dos dois une-se em um patamar supremo de os dois serem apenas um.

Para isso temos de imaginar o universo do ponto de vista dos Herméticos, ou seja, daqueles que veem no universo algo de superior que apenas um pequeno numero daqueles que se conseguem conhecer a si próprios conseguem alcançar a sabedoria.

Por vezes género e sexo são confundidos e no plano superficial são ambos iguais, mas, na realidade, são coisas muito distintas, sexo não é mais que um gameta e género é a somas de dois, as partes que se complementam uma àoutra para, num patamar supremo, se tornarem um.

Como em tudo no universo, género manifesta-se em planos, não devemos tentar alcançar o supremo sem passar pelos patamares intermédios, degrau a degrau deixando que a maturidade e evolução interior se exteriozem e se deem a conhecer de formal natural e sublime. Género, quanto mais tentamos percebê-lo, mais caímos na realidade de que o género está presente em tudo, poderia ousar mesmo dizer que é o principio essencial para que todos os outros princípios existam. Género é muito mais extenso que sexo, sendo que este se limita mesmo à vida orgânica enquanto que género se transcende e existe na vida espiritual, na vida universal, muito para além do apenas “eu só existo”.

Na natureza, existem plantas sexuadas e assexuadas, onde, podendo adiantar um pouco a minha interpretação onde ouso dizer que uma planta assexuada, está mais evoluída que uma sexuada, a sexuada podemos dizer que é o “sexo” e a assexuada, o “género” em que esta última já não tem a necessidade do masculino e do feminino, mas já existe no uno acima dos dois.

Sexo é limitado e mal interpretado, pois a má compreensão da palavra e seu uso tornou-a vulgar, deixando de ser uma palavra bela para se tornar um palavra vulgar que apenas se reduz a um vazio de essência.

Etimologicamente falando, a palavra, “gen” – significa gerar, criar, engendrar, fazer nascer, portanto, num patamar filosófico, gerar é produzir muito para além do simples ato sexual de juntar dois gametas, mas sim produzir obra, essência e sabedoria.

Género está associado a ideia e, claro, uma ideia tem um masculino e feminino, um pai e uma mãe, uma sinapse e um neurónio, e no meio onde se gera a ideia, existe um espaço sináptico onde se produz energia. Energia essa que quimicamente liberta a ideia e a faz percorrer os neurónios até ao núcleo onde a ideia ganha força, se traduz em obra e, essa construção leva a sabedoria. Algo sublime que não é mais do que o género a revelar-se, mais uma vez, como o principio essencial em todos os outros princípios.

Em suma, qualquer plano para gerar uma ideia, seja universal, ou não, tem sempre de ter macho e fêmea, pai e mãe.

Outra perspectiva importante, é não usar a nomenclatura de positivo e negativo pois estas criam logo na nossa mente o sentimento e interpretação de mau, no entanto outros defendem que também não devemos usar nem masculino e feminino, pois elas induzem no nosso espirito uma conotação errada do conceito de género. Assim, o importante a reter será termos em mente que para tudo há os dois, mas se conseguirmos saber que um existe com o outro sem que para isso lhe atribuamos ideias negativas e positivas mas sim essência e sabedoria, estamos a chegar a um patamar supremo em que, interiormente sabemos que eles existem mas conseguimos viver com isso, aceitá-los, reconhecê-los, conseguindo saber que existem, mas sem que para isso nos sintamos influenciados por essa ideia conotativa.

Por exemplo, a criação do átomo não é mais que o núcleo e o eletrão a fecundarem-se um ao outro, a gerarem energia por forma a criarem algo que só existe se ambos existirem.

Ou, no yin e yang, um não existe sem o outro, masculino não existe sem feminino.

No próprio Yin e yang, há uma amostra de cada um deles dentro do outro.

Sempre há um e outro e quando deixa de haver passa a haver o uno... e este será acima de tudo, será universal, será muito para além do leviano e torna-se a essência da vida universal.

A gravitação universal não é mais que o principio do género, Amor entre os astros, sincronia perfeita entre tudo, entre a matéria e antimatéria...

Finalmente, deixo aqui uma questão, mas afinal quem é o pai da ideia que está dentro de mim? (Fonte: www.udjat.pt)

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